A judoca Telma Monteiro destacou hoje a forma como “ficaram resolvidas algumas questões técnicas” após uma reunião da federação com o Comité Olímpico de Portugal e o Governo, mas sem esquecer o tratamento que tiveram os atletas.

“Não esquecemos como fomos tratados, continuamos em tolerância zero com qualquer falta de respeito que possa continuar a acontecer. Deixámos claro que receamos represálias, mas que fique também claro que iremos continuar a expor e reportar qualquer situação de falta de respeito e consideração, assim como caso não se verifique um cumprimento daquilo que ficou decidido nesta reunião”, pode ler-se na nota publicada pela atleta olímpica nas redes sociais e que também foi divulgada por outras duas subscritoras de uma carta aberta, no caso Rochele Nunes e Patrícia Sampaio.

A nota refere-se a uma reunião de hoje entre o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, com o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, e o líder da Federação Portuguesa de Judo (FPJ), Jorge Fernandes.

O encontro, a que se seguiu nova reunião do governante com judocas, vem na sequência de uma carta aberta de sete atletas a criticar o funcionamento da modalidade em Portugal e a denunciar um “clima insustentável e tóxico” promovido por Jorge Fernandes.

Além das questões técnicas, Telma Monteiro, Rochele Nunes e Patrícia Sampaio dizem ter sido informadas de que “relativamente ao que tem sido o comportamento do presidente da federação para com os atletas”, a situação “pode ser reportada ao Instituto Português do Desporto e Juventude”.

“Queremos sempre o melhor para a comunidade do Judo. Agradecemos a todos o apoio nesta fase. Continuamos juntos e vamos continuar a defender os valores do Judo. Agradecemos a atenção dada pelo presidente do COP e do secretário de Estado, com quem continuaremos em contacto”, pode ler-se na missiva.

João Paulo Correia, que tornou pública a reunião e os resultados da mesma na rede social Twitter, referiu que Fernandes “apreciou as sugestões apresentadas pelo grupo de atletas”, levando a uma série de medidas acordadas entre as partes, desde logo “corresponder ao pedido formulado de que a participação em estágios internacionais, assim como competições fora do país”, resultem de um planeamento acordado entre federação, treinador e atleta.

Segundo o secretário de Estado, que também reuniu, posteriormente, com os atletas, foi acordado “ajustar o valor pago a cada atleta para apoio à deslocação, de acordo com as tabelas oficiais da administração pública”.

Para depois dos Mundiais de judo, que vão decorrer em Tashkent entre 06 e 13 de outubro, fica agendada “uma reavaliação do sistema de estágios nacionais ouvindo os respetivos treinadores e selecionadores”.

A carta é subscrita por sete dos 10 atletas do projeto olímpico da modalidade: Telma Monteiro, Bárbara Timo, Rochele Nunes, Patrícia Sampaio, Catarina Costa, Anri Egutidze e Rodrigo Lopes.

Na missiva, são muitas as críticas ao presidente da Federação Portuguesa de Judo, Jorge Fernandes, acusado de discriminação e ameaças, no que dizem ser um “clima insustentável e tóxico”.

Um dos pontos reiteradamente apontado pelos judocas, cinco dos quais são atletas do Benfica, é a necessidade de efetuarem 70/80% dos 52 estágios em Coimbra, o que, segundo os mesmos, lhes causa “desgaste emocional” e impede de “participar em estágios internacionais e treinar com os melhores”.

Entretanto, Jorge Fernandes rejeitou as críticas que lhe são feitas pelos sete judocas olímpicos, assinalando que existe um modelo para a competição e que o mesmo é para seguir.

As reações têm surgido de vários locais, entre eles da selecionadora Ana Hormigo, que se solidarizou com os atletas, mas também da Associação de Atletas Olímpicos de Portugal, que tomou a mesma posição.

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