A Câmara Municipal de Guimarães apresentou, na quinta-feira, um programa para reduzir as emissões de dióxido de carbono na atividade desportiva, que prevê a elaboração de um “plano de sustentabilidade adaptado à realidade de cada clube”.

Intitulado “Desporto Carbono Zero”, o programa tem um financiamento de cerca de 200 mil euros do orçamento municipal e resulta de uma “análise ao papel do desporto na comunidade”, adiantou aos jornalistas o vereador municipal com o pelouro do desporto, Nélson Felgueiras.

“Queremos que o desporto contribua para a causa da sustentabilidade ambiental, pela responsabilidade social que tem, pela implantação no território e pela capacidade de inspirar novos comportamentos. (…) O programa vai tratar de coisas como o horário dos treinos, a forma como as águas são aquecidas ou a iluminação é feita”, disse.

Depois de o Xico Andebol, clube de andebol com a equipa sénior na II Divisão, ter adotado um “plano de sustentabilidade” para reduzir o impacte ambiental da sua atividade, a Câmara quer entregar a cada clube do concelho um plano “adaptado à sua realidade”, em articulação com o Laboratório da Paisagem, instituição de Guimarães que se dedica à investigação e à educação ambiental.

“Vamos disponibilizar um desenho elaborado pelos técnicos do Laboratório da Paisagem, que depois irão a cada clube para definirem um programa de sustentabilidade. Vai tratar de coisas como o horário dos treinos, a forma como as águas são aquecidas, a forma como a iluminação é feita, a forma como os transportes são feitos. E também olhar para os equipamentos e infraestruturas”, frisou.

Responsável por distribuir, neste ano, cerca de 3,5 milhões de euros por mais de 50 clubes em apoios desportivos, a Câmara Municipal de Guimarães quer implementar o projeto em 2023, disponibilizando ainda um ‘software’ de gestão para cada instituição “monitorizar a sua evolução”.

“Vai permitir aos clubes saberem os pontos em que devem melhorar. A análise desses dados será também objeto de estudo pelo Laboratório da Paisagem e pela Câmara Municipal”, perspetivou.

A “formação e consciencialização ambiental” junto de dirigentes, treinadores, atletas e familiares de atletas é outro dos eixos de um programa com “candidatura a uma linha de financiamento da Comissão Europeia” e com outro processo em curso para obter o reconhecimento de “boa prática a nível internacional”, acrescentou o vereador.

O financiamento à redução do impacte ambiental pode também advir do programa anual de subsídios ao desporto, caso os clubes apresentem projetos para a adoção de “mecanismos mais eficientes” para o abastecimento de água ou para iluminação.

“A intenção é o cruzamento entre o apoio aos clubes e o cumprimento deste plano. Sentimos também que este é um apoio quanto à sustentabilidade financeira dos clubes. Se a fatura no final do mês for mais baixa em virtude desta transformação energética, damos também contributo para a sustentabilidade ambiental”, sintetizou.