Os presidentes das federações portuguesas de patinagem, montanhismo e caravanismo e surf mostraram-se satisfeitos com o recente anúncio do Comité Olímpico Internacional (COI) de manter as respetivas modalidades nos Jogos Olímpicos de Paris2024.
“É uma notícia extremamente importante para nós. O skate tem tido a sua afirmação no contexto nacional, muito por força também do projeto Olímpico, e é espetacular que possamos estar com o skate, para já, em dois Jogos Olímpicos consecutivos. É a afirmação da própria disciplina e temos muito boas sensações em relação ao futuro também em Portugal”, avançou, em declarações à agência Lusa, Luís Sénica, líder da Federação Portuguesa de Patinagem.
Já João Aranha, responsável pela Federação Portuguesa de Surf, admite não ter ficado surpreendido com a decisão do COI, uma vez que acredita que “os desportos que entraram no programa Olímpico são modalidades novas, à procura de novos mercados e novos públicos”.
“O surf tem um alcance incrível a nível mundial, tem tido uma projeção cada vez maior ao longo dos anos e era esperado que continuasse a ser uma modalidade olímpica, assim como esperamos que se mantenha em 2028, em Los Angeles. Isto mostra o rejuvenescimento dos Jogos Olímpicos, porque traz desportos novos, sangue novo e público jovem”, defende Aranha, entendendo ter sido dada “luz verde do COI para continuar a trabalhar”.
Além de assegurar ter recebido “a notícia com agrado” e de sublinhar a importância da integração no projeto Olímpico para o desenvolvimento da modalidade, o presidente da Federação Portuguesa de Montanhismo e Caravanismo, João Queiroz, confessa ser “muito difícil qualificar algum atleta português”, embora estejam “a trabalhar e a fazer o melhor nesse sentido”.
“Esta é uma modalidade que está em crescimento e, em Portugal, têm nascido várias infraestruturas de escalada. Estamos a trabalhar com algumas câmaras municipais na implementação de algumas infraestruturas, porque há muita procura por parte dos praticantes. Mas o facto de ser uma modalidade olímpica é um fator de mobilização para os atletas”, justifica.
Ao contrário da escalada, o surf português já tem uma vaga garantida em Tóquio2021, que, segundo João Aranha, “à partida, será ocupada pelo Kikas (Freferico Morais), porque, estatisticamente, é quem está mais à frente”, mas a ambição é maior.
“Ainda podemos apurar mais um homem e duas mulheres, em maio de 2021, em São Salvador. E para Paris2024 teremos o nosso programa de Jovens Talentos em alta, porque o que não falta, em Portugal, são jovens surfistas talentosos, tanto masculinos como femininos, prontos para trabalhar e se qualificarem”, frisa.
Tal como Aranha, Luís Sénica conta ver um representante nacional a competir em skate na próxima edição dos Jogos Olímpicos, Gustavo Ribeiro, mas prefere não fazer planos para Paris2024.
“Vamos focar-nos primeiro em relação aquilo que estamos a fazer para Tóquio. Temos uma seleção nacional competitiva e temos um atleta em terceiro lugar no ranking olímpico, que estará certamente nos Jogos. Acho que o mais importante é continuarmos a acompanhar, evoluir o skate e esperar para ver os resultados, não pressionando tão cedo qualquer tipo de perspetiva em relação a resultados”, defendeu o dirigente.
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