Os canoístas Fernando Pimenta e José Ramalho não vão olhar à amizade que os liga há décadas quando lutarem pela medalha de ouro na ‘short race’ do mundial de maratonas, pois pensam em ser campeões em Metkovic, na Croácia.
“Que ganhe o melhor. É atacar tudo até à linha de meta. Que assim aconteça, pois é sinal de que Portugal podia ser primeiro e segundo. Mas os adversários não vão facilitar…”, avisa Fernando Pimenta, em declarações à Lusa.
Fernando Pimenta foi campeão do Mundo na distância curta em 2022, em Ponte de Lima, e em 2023, em Vejen, na Dinamarca, sucedendo a José Ramalho, que garantiu o título em 2021, em Pitesti, na Roménia.
“Os dois juntos? Era a ver quem ganhava! Não há a mínima dúvida. Tanto eu como ele somos competitivos até ao fim Não prejudicamos a prova um do outro, mas eu quero ganhar e ele também. Na ‘short race’ só há três campeões do Mundo, nós e um francês”, recordou Ramalho, referindo-se a Cyrille Carré, vencedor na estreia desta vertente, em 2019.
Fernando Pimenta revela gostar muito do evento curto, de 3,4 quilómetros, elogiando o “espetáculo desportivo” que os canoístas dão, uma vez que há duas portagens (sair da água e correr com o caiaque durante uns 200 metros até voltar a entrar no rio) e várias viragens, sem tempo para qualquer erro.
“Tenho a noção de que há atletas que se preparam especificamente para este mundial, mas quero estar bem. Ver as portagens, o meu ponto fraco, que os meus adversários conhecem, e tentar fazer o melhor possível para defender o título”, disse Pimenta.
Depois dos Europeus, Jogos Olímpicos e mundiais de disciplinas não olímpicas, Fernando Pimenta reconhece que tem sido um “ano bastante duro e espremido”, que já vai em 12 meses a treinar “sem qualquer tipo de interrupção”, contudo o limiano assume que gosta de desafios “bastante duros em termos físicos”.
Já José Ramalho espera muitos atletas “a lutar pelas medalhas” e garante estar na “luta” para ficar com uma, numa regata que antevê ser “bastante difícil e combativa”.
“Sem dúvida que a largada conta muito, temos portagem a 400 ou 500 metros. Largamos a favor da corrente e depois é encostar à margem, o que vai limitar espaço de manobra. É importante ganhar logo uma boa vantagem na largada para chegar na frente. Não há tempo para poupar”, frisou.
O atleta de 42 anos, sete vezes campeão da Europa na prova longa de K1, elogia a “intensidade muito alta” da ‘short race’, facto que impossibilita trabalho de equipa.
“Contudo, obviamente que se estivermos os dois juntos na frente, se houver essa oportunidade de trabalhar, claro que faremos jogo de equipa para irmos às medalhas”, completou.
Após serem rivais na quinta-feira, no domingo Pimenta e Ramalho juntam-se no K2 no qual esperam conquistar o ‘tri’ mundial.
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