O governo russo explicou hoje que o atraso na entrega dos dados do laboratório de análises de Moscovo, exigido pela Agência Mundial Antidopagem (AMA), se deve a “problemas logísticos”.
A AMA exigiu que a agência nacional russa, a Rusada, facultasse o acesso aos dados até 31 de dezembro de 2018 e, como o prazo estabelecido não foi respeitado, a Rússia, acusada de doping generalizado entre 2011 e 2015, arrisca novas sanções.
“Os dados requeridos já estão prontos, há vários dias, para serem entregues [à AMA], mas houve, de facto, algumas divergências na exportação dos mesmos, do ponto de vista técnico”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
A explicação do Kremlin ocorre na véspera da chegada de três técnicos da AMA à Rússia, para aceder aos dados do laboratório de análises de Moscovo, depois de uma primeira tentativa falhada em dezembro de 2018.
O comité executivo da AMA não tomará nenhuma decisão sobre possíveis sanções até à reunião agendada para os dias 14 e 15 de janeiro, especialmente se a nova missão na capital russa for bem-sucedida.
Em setembro de 2018, a AMA levantou a suspensão do laboratório russo, decretada no final de 2015, mas para que a decisão seja efetiva, precisa de receber os dados de controlos antidoping efetuados por Moscovo entre 2011 e 2015.
O caso remonta ao escândalo levantado pelas revelações do relatório do jurista canadiano Richard McLaren, que descobriu uma rede destinada a forjar resultados de controlos que envolvia membros do Estado russo.
Esta situação levou à exclusão do atletismo russo dos Jogos Olímpicos Rio2016 e dos Mundiais de atletismo de 2017, além da participação sob bandeira neutra nos Jogos de Inverno PyeongChang2018.
Se a AMA não tiver acesso às amostras na posse do laboratório moscovita, as sanções podem ir até à proibição de atletas russos em novos Jogos Olímpicos, desta feita em 2020, no Japão.
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