Pedro Pablo Pichardo e Auriol Dongmo assumiram a felicidade e emoção sentida hoje no pódio dos Europeus de atletismo ‘indoor’, um dia depois de se sagrarem bicampeões do triplo salto e do lançamento do peso, respetivamente.

Os dois revalidaram na sexta-feira os títulos conquistados em Torun2021, com os 17,60 metros do novo recorde nacional de Pichardo, que é a melhor marca mundial do ano, e os 19,76 de Dongmo, o maior lançamento de uma europeia em 2023.

“Agora já posso dizer que a medalha é nossa. Já vai para casa, para o nosso país. Estou muito feliz por subir ao mais alto degrau do pódio, é uma emoção e estou muito grato e satisfeito com o trabalho que tenho feito. Estou muito feliz com a minha equipa, com o meu treinador”, afirmou Pichardo.

O atleta do Benfica, de 29 anos, juntou o segundo título europeu consecutivo em pista coberta às medalhas de ouro olímpica, mundial e europeia ao ar livre, admitindo que este título é mais saboroso, por ser o último, por agora.

“A última sabe melhor, mas espero que a última seja só quando eu acabar a carreira e ainda não tenho isso na minha cabeça. Nessa altura, a primeira e a última vão ser as mais marcantes, e acho que vão ter um sabor diferente”, reconheceu.

Já a pensar na época ao ar livre, Pichardo aponta os Campeonatos do Mundo, em Budapeste, em agosto, quando vai defender o título conquistado em Oregon2022, e também a Liga de Diamante como “os dois grandes objetivos”, enquanto manifesta a sua gratidão.

“Agradeço muito o carinho de todo o povo, de todo o Portugal. Estou muito grato ao país, ao clube, porque é graças ao Benfica que estou em Portugal”, vincou.

Cinco minutos depois de Pichardo ter subido ao primeiro lugar do pódio, ladeado pelo grego Nikolaos Andrikopoulos e pelo alemão Max Hess, segundo e terceiro classificados, respetivamente, foi a vez da consagração de Auriol Dongmo, ecoando, novamente, o hino nacional na Ataköy Arena.

“Senti-me muito orgulhosa. Estou muito orgulhosa de mim, do meu trabalho e do meu treinador [Paulo Reis], é o fruto de muito sacrifício e de muito trabalho, estou muito contente”, assumiu a lançadora, já com a medalha de ouro ao peito.

Aos 32 anos, a atleta do Sporting juntou o segundo cetro europeu ao mundial em pista coberta, numa competição em que a alemã Sara Gambeta foi segunda e a sueca Fanny Roos terceira.

“Este título significa muito para mim. Porque foi muito trabalho, muito sacrifício, e ganhar duas vezes seguidas não é fácil, mas este era um objetivo e tenho de continuar a trabalhar porque há muito mais para vencer”, lançou.

Dongmo dedicou esta medalha aos seus mais próximos: “Dedico-a ao meu marido e ao meu filho, em primeiro, mas também tenho uma família, além da biológica, que é a família da Ana Lopes, que me apoiam muito, e também para o meu treinador. Não tenho palavras para eles. É a eles que eu devo tudo o que estou a alcançar agora”.

Pichardo e Dongmo conquistaram na sexta-feira as medalhas de ouro do triplo salto e do lançamento do peso na 37.ª edição dos Europeus de atletismo ‘indoor’, que decorrem em Istambul, na Turquia, até domingo, em duas competições em que dois portugueses terminaram no quarto lugar, caso de Tiago Pereira e Jessica Inchude, respetivamente.