O responsável referiu que a ADoP respondeu "há duas semanas" a um ofício enviado pela World Athletics à Federação Portuguesa de Atletismo (FPA).
"Explicámos que a ADoP está em cumprimento com aquilo que está determinado nas normas internacionais da antidopagem, no Código Mundial Antidopagem e nas normas internacionais", assegurou.
De acordo com António Júlio Nunes, existe uma diferença de entendimento da duração do ano olímpico entre a ADoP, que fala em 12 meses, e a World Athletics, que considera os 10 meses antes dos Jogos.
"Retirámos os controlos antidopagem feitos em agosto e julho, e contabilizámos só a partir de setembro. E temos controlos de antidopagem realizados em competição e fora de competição a todos estes atletas, e ainda temos cinco meses para a frente para realizar mais controlos de dopagem", explicou.
António Júlio Nunes referiu que já foi enviada para a FPA, com conhecimento da World Athletics, uma tabela com os nomes dos atletas que já têm os mínimos para os Jogos Olímpicos e o número de controlos de antidopagem realizados em competição e fora de competição, assim como de atletas do "grupo alvo", que também terão condições de estar em Paris.
"Dizem que estamos numa lista, eu nem entendo que lista é essa, porque para todos os efeitos a ADoP tem que estar em cumprimento com a Agência Mundial de Antidopagem. E, portanto, se há uma lista feita pela Federação Internacional, nós desconhecemos, mas o certo é que já fizemos, já demos resposta e fizemos prova que, para aquilo que é o estudo da ADOP, ou seja, os atletas já com mínimos e os atletas que estão no nosso grupo alvo, estão a ser devidamente monitorizados, como também atletas de outras modalidades, que não só do atletismo", referiu.
O responsável considera que "houve aqui falta de informação" e que a World Athletics "já tem conhecimento daquilo que foi a resposta da ADOP há duas semanas", garantindo que "já existem muitos controlos feitos a esses atletas".
O diretor executivo da ADoP disse que esses controlos não são postos em dias certos no calendário, mas sim através da decisão dos peritos do organismo.
"Temos indicação nos nossos peritos que temos de controlar duas vezes no mesmo mês, ou três vezes no mesmo mês, ou uma vez por mês, ou uma vez de dois em dois meses. Naturalmente, estes atletas, quando chegarem aos Jogos Olímpicos, terão aqueles controlos, não só os mínimos, que eles [World Athletics] dizem, que são três controlos fora de competição, como alguns deles até já têm quatro controlos fora de competição. E vão ficar, se calhar, com cinco ou seis", disse.
Os atletas portugueses enfrentarão controlos antidoping mais estritos fora de competição para serem elegíveis para os Jogos Olímpicos Paris2024, aprovou hoje o conselho da World Athletics, após recomendação da Unidade de Integridade do Atletismo (AIU).
“Atletas do Brasil, Equador, Peru e Portugal enfrentarão controlos mais estritos fora de competição para serem elegíveis para os Jogos Olímpicos Paris2024, após o conselho da World Athletics ter aprovado a recomendação da direção da Unidade de Integridade do Atletismo (AIU) para impor critérios mais apertados de testes nestas federações antes dos Jogos Olímpicos”, lê-se em comunicado da AIU.
Como condições, a autoridade antidopagem começa por indicar que, “nos 10 meses anteriores a 04 de julho de 2024, cada atleta tenha de ser submetido a pelo menos três controlos (de urina e sangue) fora de competição, incluindo um controlo para o passaporte biológico e outro de deteção de EPO em qualquer prova a partir dos 800 metros”.
“Os três controlos surpresa têm de ser realizados com pelo menos três semanas de intervalo. O primeiro dos três controlos fora de competição tem de ter sido efetuado nunca antes de 19 de maio de 2024”, enumera a AIU.
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