Um grupo de 15 pessoas começa no domingo um percurso de 1.001 quilómetros entre Chaves, em Trás-os-Montes, e Sagres, no Algarve, na primeira edição do evento Portugal 1.001, que procura aliar “corrida e turismo”, disse à Lusa a organização.
Repartida por 14 etapas, com partidas e chegadas em Trás-os-Montes Chaves, Vila Real, Castro Daire, Gouveia, Fundão, Proença-a-Nova, Castelo de Vide, Alter do Chão, Estremoz, Évora, Alcácer do Sal, Santiago do Cacém, Vila Nova de Milfontes (concelho de Odemira), Aljezur e Sagres (concelho de Vila do Bispo), a iniciativa visa provar que o “cidadão comum com mais de 40 anos” pode fazer “uma média de 71,5 quilómetros por dia”, enquanto desfruta “do melhor que Portugal tem”.
“A [empresa] Horizontes está no turismo desportivo há 22 anos. Aliamos a corrida e a maratona ao turismo. Todas as nossas provas têm essa vertente, de organizar eventos em locais de elevado valor histórico, ou natural, ou humano, para que as pessoas saiam de lá mais ricas, com outro conhecimento, com outros valores”, disse à Lusa Paulo Garcia, sócio-gerente da empresa organizadora.
O responsável mostrou-se ainda convencido de que os 15 participantes – 10 portugueses, dois franceses, dois brasileiros e um dinamarquês – vão “conseguir o objetivo” de chegar a Sagres em 09 de outubro, depois de atravessarem 41 concelhos lusos.
A edição inaugural do Portugal 1.001 estava programada para 2020, mas a pandemia de covid-19 adiou o ‘tiro de partida’ e forçou algumas mudanças no percurso traçado, como a troca de Guimarães por Chaves para o arranque ou a supressão de alguns troços entretanto “vedados” pelos proprietários dos respetivos terrenos ou inviáveis pela “natureza”, acrescentou.
Paulo Garcia realçou que o evento prestes a começar vai servir de “ano zero” para o crescimento que projeta nas edições seguintes, a começar pela logística associada aos alojamentos.
“Este é um ano zero, em que todos os inscritos são pioneiros e uma espécie de cobaias. O que não fizermos bem vamos melhorar para o ano seguinte. Temos quase a certeza que teremos de fazer ajustes, porque há hotéis que estamos a utilizar e não têm capacidade para 50 participantes. Esse é o nosso objetivo para 2022. Com inscrições efetivamente pagas, já temos sete pessoas para o ano”, esclareceu.
Com preços por inscrição, que variaram entre os 1.800 euros os 2.500 euros, o Portugal 1.001 vai apoiar os participantes com um ‘staff’ de 10 pessoas, entre as quais médicos e fisioterapeutas, e com cinco carros.
Apesar do propósito turístico, a organização vai premiar “de forma diferente dos outros”, com um colar que evoca o “Portugal real e lendário”, os cinco atletas que concluírem o percurso no menor tempo, segundo a regra de terminarem cada etapa até às 21:00.
“Quem concluir as etapas no menor tempo possível, vai ganhando. Quem chegar a Sagres com as etapas concluídas em menor tempo é o vencedor. Será o acumular das etapas que ditará o vencedor. Damos diariamente 14 horas para eles concluírem as etapas. Todos os dias, [os inscritos] podem sair entre as 07:00 e as 09:00”, adiantou Paulo Garcia.
Além de passar por “cidades que valem pelo seu património histórico” e por parques naturais como o da Serra da Estrela ou o do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, o evento vai cruzar “pequenos locais rurais” que mostram o “Portugal genuíno”, considerou Paulo Garcia.
“Vamos mostrar a autenticidade de pequenos locais rurais, que não têm uma igreja milenar ou centenária, mas têm coisas muito interessantes ou estão muito bem construídas ou que se distinguem pelas pessoas”, descreveu.
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