Domingos Castro apresenta-se às eleições para a presidência da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), no domingo, com o mesmo projeto e o mesmo otimismo que tinha antes de ser excluído na primeira data prevista.

O antigo atleta concorre contra os atuais vice-presidentes Paulo Bernardo (Lista A) e Fernando Tavares (Lista C), “com as mesmas ideias, com os mesmos princípios”, à sucessão de Jorge Vieira, que cumpre no atual ciclo olímpico o seu terceiro e último mandato.

“Quem está dentro do sistema, tem a possibilidade de controlar certas coisas que quem está fora não controla, a todos os níveis, mas eu não estou preocupado com isso, porque o nosso programa, o nosso projeto, a nossa equipa é superior às deles, e isso vai ficar demonstrado nas eleições pelos associados, porque quem vota são os associados. São eles que mandam”, explicou o antigo atleta, em entrevista à agência Lusa.

Durante a campanha, Domingos Castro fez várias promessas eleitorais, como a criação da casa das seleções na Marinha Grande, um projeto conjunto com o candidato à Federação Portuguesa de Ciclismo Cândido Barbosa para a construção de uma pista coberta em Oeiras, uma pista coberta simplificada no Seixal, assim como de um Centro de Alto Rendimento em Coimbra.

Foi sob o mote ‘Movimento de mudança’ que o líder da Lista B avançou para as eleições inicialmente marcadas para 12 de outubro, das quais ficou afastado da ‘câmara de chamada’, por não suprir atempadamente as irregularidades apontadas pela Assembleia Eleitoral, tendo sido reintegrado após a decisão do Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) à sua providência cautelar abrir a porta à anulação do sufrágio.

“Eu continuo superconfiante que não houve falha nenhuma. Eu confio totalmente na minha equipa e, por isso, não mudámos rigorosamente nada, tendo continuado o trabalho que estava programado”, vincou.

O vice-campeão do mundo dos 5.000 metros em 1987 e recordista nacional de 20 e de 25 quilómetros entre 1999 e 1996 reentrou na corrida às eleições que decorrem no domingo, entre as 15:00 e as 17:00, na sede do Comité Olímpico de Portugal, em Lisboa, reassumindo o seu otimismo.

“Não mudámos nada! Estamos prontos para dia 27, estamos lá nas eleições, com toda a transparência, com toda a legalidade e com toda a justiça. Eu sempre estive de consciência tranquila, não mudei o meu programa, continuei a fazer a minha campanha, as visitas que estavam programadas, com a mesma confiança do dia 01 de fevereiro, quando marquei a data para a apresentação da lista”, prosseguiu.

Nascido em Guimarães, o antigo fundista, de 61 anos, foi ainda quinto nos 10.000 dos Europeus (1986), segundo nos Mundiais de estafetas em estrada (1992) e nos Europeus de corta-mato (1994) e conquistou as maratonas de Paris (1995) e de Roterdão (1997).

Atualmente, é empresário no setor, organizando eventos em Angola e Moçambique, depois de ter feito uma sociedade de agenciamento de futebolistas com o irmão gémeo Dionísio, após o fim da carreira na modalidade.

Admitindo acolher “uma ou outra proposta” dos concorrentes, Domingos Castro promete decidir tudo isso com os associados.

“Como é óbvio, nós não somos super-homens, e acredito que haja propostas que também podem ser válidas, mas vamos analisar tudo, vamos falar com os nossos associados, porque nós temos de trabalhar de perto com os nossos associados, são eles que estão no terreno, e é aí que entra o trabalho de equipa, que é muito grande, e não é só a nossa, são as associações, são os atletas, são os clubes. O que for bom para eles, devemos aproveitar”, sublinhou.

Domingos Castro procura no ato eleitoral confirmar a maior visibilidade mediática relativamente aos seus oponentes, que lhe conferiu, desde o arranque da campanha, a convicção na sua eleição.

“Tal como em fevereiro, estamos confiantes de que vamos ser eleitos para os próximos quatro anos”, rematou.