A estafeta masculina do Benfica foi hoje desclassificada na prova de 4x400 metros, a favor do Sporting, sem provocar alterações significativas na classificação final do nacional de clubes de atletismo em pista coberta.

Os 'encarnados' tinham assegurado folgadamente o seu 11.º título no setor, com 98 pontos, mais 28 do que o Sporting, que, perante a reclassificação da sua equipa nos 4x400, vencedora em pista em 3.13,83, a 29 centésimos do recorde nacional, manteve o segundo lugar, mas a 20 pontos do emblema das 'águias', que passou a somar 90.

Esta decisão ocorreu já depois de encerradas as competições e realizadas as cerimónias de pódio na Expocentro, em Pombal, para indignação da responsável do atletismo do Benfica, Ana Oliveira.

"Tinha elogiado a excelência da organização, mas tenho de retirar essa avaliação. Já é a segunda vez que a equipa do Benfica está a caminho de casa, depois do pódio, e recebe a informação sobre a alteração de pontos. Não me parece correto. Em ambos os casos, não afetaram a classificação final, mas tudo deve ser decidido e anunciado antes do pódio", afirmou Ana Oliveira, em declarções à agência Lusa.

Do lado dos 'leões', também à Lusa, Carlos Silva tinha contestado a decisão inicial, de desclassificar a formação 'verde e branca'.

“Se o Sporting foi desclassificado [na estafeta], é mais uma tristeza. O atleta do Benfica troca de posição, vem para trás do atleta do Sporting e, se o juiz da federação faz o que faz depois da vergonha da prova de marcha de ontem [sábado], vamos ter de repensar qual a seriedade com que estas provas são analisadas”, afirmou Carlos Silva.

Um ano depois de ter estado ausente dos campeonatos de clubes em pista coberta, o Benfica voltou a conquistar a prova masculina, sucedendo ao Sporting, 18 vezes vencedor.

Os 'leões' iniciaram hoje a segunda e última jornada com um atraso de 10 pontos, ampliado com o castigo na marcha, no sábado, tendo hoje falhado a presença no pódio masculino, em desacordo com a desclassificação da estafeta, que viria a ser revertida.

O domínio ‘encarnado’ só foi quebrado pela estafeta 'leonina' constituída por Duarte Fernandes, Omar Elkhatib, Mauro Pereira e João Coelho, por Abdel Larrinaga, também do Sporting, nos 60 metros barreiras, e por Paulo Rosário, do Sporting de Braga, nos 3.000 metros, tendo o Benfica minimizado danos ao conseguir dois segundos lugares nestas últimas duas provas.

O Benfica somou quatro triunfos nas sete provas masculinas disputadas hoje, por Pedro Pablo Pichardo, no triplo salto, Isaac Nader, nos 800 metros, Gerson Baldé, no salto em altura, Tsanko Arnaudov, no lançamento do peso.

No feminino, o Sporting conquistou o seu 27.º triunfo, o 12.º seguido – só foi batido em 2010 pelo FC Porto e em 1994 pelo Benfica –, com mais uma jornada praticamente imaculada, no qual apenas foi batido por Joana Soares, do ACD Jardim da Serra, nos 3.000 metros – prova em que a sportinguista Lia Lemos não foi além do terceiro lugar.

Patrícia Mamona, no triplo, Salomé Afonso, nos 800 metros, Olímpia Barbosa, nos 60 metros barreiras, Raquel Marques, no salto com vara, e a estafeta ‘leonina’ dos 4x400 metros selaram o triunfo ‘verde e branco’, com 101 pontos, face aos 74 amealhados pelas madeirenses do ACD Jardim da Serra.

O Sporting de Braga completou os pódios da 29.ª Nacionais de clubes em pista coberta, em ambos os casos a 37 pontos dos vencedores.

Na segunda divisão, a Casa do Benfica de Faro sagrou-se campeã nacional no setor masculino pela quarta vez, a terceira seguida, e o GD Eirense revalidou o título conquistado em 2020, na última edição disputada devido à pandemia de covid-19.