O médico Eufemiano Fuentes, que trabalhou durante largos anos com a federação espanhola de atletismo, com equipas de ciclismo e de futebol, garantiu que havia atletas nos Jogos Olímpicos Barcelona1992 que ganharam medalhas dopados.

Num excerto de uma entrevista televisiva que será emitida no domingo, o médico alega que se contasse “tudo”, “alguma medalha ia cair”.

“Não queriam problemas, não queriam [testes] positivos, mas queriam resultados. [...] Fiz asneiras, e não conheço ninguém que não as tenha feito”, atirou, seguro de que “há quem esteja nervoso” com a entrevista.

Fuentes foi absolvido em 2016 pelo tribunal de uma investigação que o apontava como cabecilha de uma organização internacional de dopagem no desporto, relacionada com as operações Puerto e Galgo.

Médico da Once e da Kelme, Fuentes ficou conhecido como uma das principais caras do doping no ciclismo à entrada para o século XXI, tendo sido detido, e acusado, de um esquema que envolvia transfusões de sangue, EPO, esteroides e hormonas de crescimento, e ciclistas como Jan Ulrich, Ivan Basso, Francisco Mancebo ou Roberto, celebremente conhecido como Operação Puerto.

Mais tarde, foi detido no âmbito da operação Galgo, e de novo acusado de liderar o esquema, tendo sido absolvido depois.