Patrícia Mamona igualou hoje a melhor marca europeia do ano no triplo salto em pista coberta, ao conseguir 14,41 metros na terceira tentativa nos Nacionais de clubes, em Pombal, mas assegurou estar a valer mais.

“Obviamente que é positiva, eu vim com o objetivo de conseguir os oito pontos para o Sporting, porque tenho a preparação um bocadinho atrasada devido a alguns problemas. Mas, felizmente, comecei bem a época e foi um teste para decidir se quero ir aos Europeus. Correu bem e, se calhar, foi a minha melhor abertura de sempre em pista coberta”, afirmou a vice-campeã olímpica.

Na Expocentro, em Pombal, Patrícia Mamona conseguiu três saltos acima dos 14 metros, começando com 14,13, seguindo-se um 14,11 e encerrando com 14,41, antes de marcar um nulo, impondo-se à benfiquista são-tomense Agate Sousa (14,13).

“Para a semana tenho os Campeonatos de Portugal e vou ver agora como o joelho reage depois da competição. Saltar até tenho conseguido saltar bem, mas, depois, sinto algumas dores. Não é nada de grave. Mas hoje esqueci tudo, dei o meu melhor sem pensar noutra coisa e se o joelho não der nenhuma indicação estou preparada para ir aos Europeus”, explicou.

A melhor marca de Mamona igualou o registo obtido pela ucraniana Maryna Bekh-Romanchuk, em 27 de janeiro, em Rheinstetten, onde a campeã europeia ao ar livre em 2022 e vice ‘indoor’ também saltou 14,41.

Na primeira prova da época Mamona ficou a 12 centímetros do seu recorde nacional em pista coberta, que lhe valeu, em 2021 o título europeu, em Torun, na Polónia, depois de ter disputado, em 2022, os Mundiais e os Europeus ao ar livre condicionada por lesões.

“Quando puxamos muito pelos nossos limites, podemos arriscar e correr bem ou correr mal, por isso, é uma questão de saber gerir, mas sempre à procura de mais e mais. Faz parte da carreira de um atleta, sobretudo de alguém que quer fazer mais do que 15,01 [marca com que conquistou a medalha de prata olímpica em Tóquio2020], que deu muito trabalho, mas sinto que consigo fazer mais e é disso que estou à procura”, disse Mamona.

Assumindo estar numa fase em que quer “saltar mais”, a atleta do Sporting escusou-se a revelar a marca que tem como objetivo.

“Não vou dizer, é sempre surpresa. Lembro-me de antes dos Jogos Olímpicos ter escrito que ia fazer 15 metros e saiu. Agora tenho escrito, é segredo, mas sei que estou a valer muito mais do que 14,53”, rematou.

Mamona, que já está qualificada para os Europeus em pista coberta, marcados para Istambul, na Turquia, entre 02 e 05 de março, protagonizou a primeira vitória do Sporting na segunda e última jornada do Nacional de clubes, que terminou com o 28.º triunfo da equipa feminina ‘leonina’ na competição.