A 17.ª edição da corrida São Silvestre de Lisboa, que se vai realizar em 28 de dezembro com um recorde de inscrições, foi hoje apresentada com a perspetiva de bater igualmente o melhor tempo de sempre.
Na segunda-feira, a organização da prova anunciou o fecho das inscrições, tendo sido batido o recorde de participação, com 14.000 participantes pelas ruas de Lisboa, superando o anterior máximo de 12.500 atletas, registado há dois anos.
“Quando começámos, foi um desafio. Fomos ultrapassando etapas e chegámos a este número mágico de 14.000 inscritos. Temos vindo a crescer e não podíamos estar mais satisfeitos com isso. Tenho a certeza de que os números seriam ainda melhores se não tivéssemos fechado as inscrições, com o número de pedidos que temos recebido, mas, para manter a qualidade, tivemos de fechar”, expressou o diretor-geral da HMS Sports.
Na Sala do Arquivo da Câmara Municipal de Lisboa, Hugo Miguel Sousa apontou a elite masculina “muito forte” desta edição para anular os cinco minutos que a elite feminina tem de avanço, pois foi a diferença registada em 2023 entre os respetivos vencedores.
“Gostávamos muito de bater o recorde do percurso e, então, contratámos uma 'lebre’ para que a prova comece muito rápida. Temos alguns dos melhores atletas nacionais presentes, oito atletas olímpicos e campeões nacionais. Para as senhoras, é um desafio muito engraçado. Estes cinco minutos são uma diferença muito grande, mas acho que vai valer a pena. Gostava muito que se decidisse nos últimos 100 metros”, sublinhou.
O desafio ‘Homens versus Mulheres’ marca a São Silvestre de Lisboa há já 15 edições, com vantagem masculina, oito vezes vencedora perante seis triunfos femininos, tendo Isaac Nader triunfado em 2023, partindo para a nova edição com ambições reforçadas.
“Espero conseguir anular essa diferença. Este ano é um pouco mais complicado, já que cinco minutos é uma diferença difícil de eliminar, mas estou confiante de que a elite masculina consiga anular essa vantagem. Estou preparado para qualquer situação. Se a corrida for rápida e for possível bater o recorde do percurso, será excelente. O nível português está excelente e tanto os homens, como as mulheres, poderão chegar a um nível superior ao do ano passado. Acho que a concorrência vai ser maior agora”, frisou.
O recorde cifra-se nos 28:43 minutos, em 2021, pertencente a Samuel Barata, que vai voltar a participar, ao lado de Isaac Nader, Miguel Moreira, Miguel Marques ou Ricardo Batista, na elite masculina, estando Solange Jesus - vencedora no ano passado -, Maria Tomé, Carla Martinho, Melanie Santos ou Salomé Afonso integradas na elite feminina.
“Muito provavelmente, não vou ser eu a passar esses cinco minutos de diferença, mas acho que os meus colegas estão à altura do desafio. O resultado em Paris fez-me o ano e sair de lá com diploma olímpico foi excecional. Espero acabar o ano da melhor forma, na São Silvestre”, afirmou o triatleta Ricardo Batista, sexto classificado em Paris2024.
Por outro lado, Salomé Afonso vai estrear-se na São Silvestre de Lisboa - que voltará a contar com 38% de participação feminina, a mesma percentagem recorde que já tinha sido alcançada nos dois últimos anos -, após um bom desempenho nos Jogos Olímpicos.
“Um dos grandes pilares do desportista de alto rendimento é querer sempre mais. Fui semifinalista em Paris2024, obtendo a segunda melhor marca portuguesa de sempre. Fiquei feliz, mas nunca satisfeita. A prestação foi boa, mas sempre expectante de que posso melhorar o resultado”, ressalvou a 16.ª classificada nos 1.500 metros, em Paris.
A corrida São Silvestre de Lisboa reuniu já mais de 146.000 atletas desde a sua edição inaugural, em 2008, com a Avenida da Liberdade a ser o ponto de partida e de chegada da prova, com início às 21:30 e que vai contar com participantes de 57 nacionalidades.
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