A comitiva portuguesa de atletismo nos Mundiais Oregon2022 apresentava 0,91 testes por atleta fora de competição, dos valores mais baixos de testagem entre as seleções presentes.
Estes valores surgem numa tabela da Unidade de Integridade do Atletismo (AIU), que hoje recomendou controlos antidoping mais exigentes fora de competição para que os portugueses cheguem aos Jogos Olímpicos Paris2024.
No que toca à média de testagem por atleta fora de competição, os 0,91 ‘per capita’ só ficam acima de México (0,80), Nova Zelândia (0,75), Equador (0,53) e República Checa (0,45), com o valor mais alto a pertencer à Etiópia (8,03).
De resto, e segundo os dados disponibilizados pela AIU, 70% da equipa lusa apresentava zero controlos realizados fora de competição, um valor só superado pelos checos (86%).
Entre os atletas com classificações nos primeiros oito classificados, todos os quatro portugueses nessa situação tinham sido testados nessas condições, com uma média de 4,25 testes por cada um desse quarteto restrito, bem acima da média da comitiva.
A decisão de hoje do Conselho da World Athletics, por recomendação da AIU, abrange atletas do Brasil, Equador, Peru e Portugal, impondo “critérios mais apertados de testes nestas federações antes dos Jogos Olímpicos”.
Na nota, a autoridade antidopagem revela que as quatro federações, entre as quais a Federação Portuguesa de Atletismo, receberam “avisos claros” por parte da AIU sobre a “insuficiência dos seus programas nacionais de testes [antidoping] depois dos Mundiais de Atletismo Oregon2022”.
“Os quatro falharam ao assegurar a existência de testes fora de competição para as suas seleções nos Campeonatos do Mundo seguintes, em Budapeste2023”, acrescenta o comunicado.
Na prática, as condições agora aplicadas visam que “nos 10 meses anteriores a 04 de julho de 2024, cada atleta tenha de ser submetido a pelo menos três controlos (de urina e sangue) fora de competição, incluindo um controlo para o passaporte biológico e outro de deteção de EPO em qualquer prova a partir dos 800 metros”.
“Os três controlos surpresa têm de ser realizados com pelo menos três semanas de intervalo. O primeiro dos três controlos fora de competição tem de ter sido efetuado nunca antes de 19 de maio de 2024”, enumera a AIU.
A autoridade esclarece que estes “testes obrigatórios afetarão atletas que não estejam registados no controlo da AIU”.
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