O treinador de Ricardo Santos mostrou-se incrédulo com o episódio vivido pelo seu atleta em Londres. Linford Christie, um dos maiores nomes do atletismo britânico, campeão olímpico e mundial dos 100 metros, em 1992 e 1993, respetivamente, fala em ato racista e revela que esta não foi a primeira vez que o velocista português foi mandado parar pela polícia de Londres, desde que adquiriu uma viatura de gama alta.
"Dois dos meus atletas foram parados pela polícia; são ambos internacionais, pais de um bebé de três meses, que estava com eles quando foram algemados à porta de casa. Conseguem dar-me uma justificação para a polícia prender o condutor, tirar uma mãe do seu bebé e chamar o cão detetor de drogas para revistar o carro? Era o carro que era suspeito ou a família negra dentro dele? Como se faz uma acusação de cheirar a droga e depois não se faz um teste? Não foi a primeira vez que isto aconteceu (foi a segunda em dois meses) e tenho a certeza de que não será a última, mas este tipo de abuso do poder e racismo institucionalizado não se justifica nem pode continuar", denunciou Linford Christie na sua página no Instagram.
De recordar que o velocista português do Benfica, a viver em Londres, foi mandado parar, quando seguia na sua viatura com a sua namorada Bianca Williams, também ela atleta, e o filho bebé de ambos, de apenas três meses.
O atleta, dos 400 metros, preparava-se para ir para casa, quando, devido ao trânsito e a cinco minutos do local, resolveu mudar o trajeto, com a mulher e o filho bebé no carro, num percurso que acabou em ‘perseguição’ pela polícia.
No momento em que parou o carro à porta de casa, Ricardo dos Santos e Bianca Williams foram obrigados a sair, num incidente em que o atleta português acusa a polícia de ter tirado os bastões e de o acusar de cheirar a canábis, antes de o algemar.
Ricardo dos Santos assegurou aos polícias que estava limpo, que nunca fumou, que era um atleta profissional e que, se quisessem, lhe fizessem um teste, depois de as autoridades indicarem que iriam chamar uma equipa cinotécnica para detetar drogas, o que não aconteceu.
Após estas acusações, o velocista foi ainda acusado de conduzir acima da velocidade permitida, o que Ricardo dos Santos nega, acrescentando que nem sequer foi multado, o que aconteceria se fosse verdade.
"Vamos processar a polícia metropolitana de Londres", assinalou o atleta,
O incidente ocorreu no sábado à hora de almoço, no bairro residencial de Maida Vale, em Londres, numa situação que Ricardo dos Santos diz ser recorrente desde que comprou um carro de melhor gama, e que considera serem atitudes racistas.
Entretanto, a polícia londrina também reagiu, assinalando que a conduta foi a correta.
Segundo a polícia, responsáveis pelo cumprimento visionaram vídeos partilhados nas redes sociais e as imagens recolhidas pelas câmaras que os agentes tinham nas fardas e concluíram “não existir preocupação com a conduta” dos polícias envolvidos.
Ricardo dos Santos revelou que estará de regresso a Portugal no início de agosto, na companhia da mulher, para se preparar no Jamor para o nacional de clubes.
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