Rodrigo Mascarenhas mostrou a sua indignação pela decisão da Federação Cabo-verdiana de Basquetebol em não participar no Afrobasket2017. O antigo jogador da seleção crioula não entende essa tomada de posição dos dirigentes, numa altura em Cabo Verde volta a ter excelentes jogadores a jogar nas mais variadas ligas e com possibilidade de até lutar por um pódio em África.

O antigo capitão dos "Tubarões Martelo", nome pelo qual é conhecido a seleção cabo-verdiana de basquetebol, pede aos dirigentes da nova direção da federação que tenham a coragem de assumir as suas responsabilidades e que expliquem de uma vez por todas esta decisão de prescindir de uma seleção com provas dadas no basquetebol africano.

O antigo jogador do FC Porto, Sport Lisboa e Benfica e Portugal Telecom em Portugal e Atlético Sport Aviação e Clube Desportivo Primeiro de Agosto em Angola lembra que sem jogos, Cabo Verde continua a pagar o salário do selecionador até 2019 sem que haja qualquer jogo oficial.

Eis o comunicado de Rodrigo Mascarenhas.

"E era uma vez o AFROBASKET 2017 !!!

Edy Tavares (1º jogador PALOP + Portugal a jogar na NBA)
Ivan Almeida (1ª divisão Francesa / MVP e melhor marcador da Zona 2)
Jeff Xavier (Fc Porto / melhor marcador Afrobasket 2009)
Kevin Coronel (Eléctrico / Liga portuguesa)
Kevin Gomes (FC Porto / Liga portuguesa)
Flávio Gomes (Lusitânia / Liga portuguesa)
Shane daRosa (Liga Portuguesa)
Michel Mendes (Sangalhos / Liga Portuguesa)
Fidel Mendonça (melhor marcador do ultimo campeonato de clubes africanos)
Brian Rudolph (jogador e treinador adjunto numa universidade americana)
Joel Almeida (Liga espanhola LEB Prata)
Dimitry Coronel (Universidade nos Estados Unidos)
Edvaldo Ferreira (Universidade nos Estados Unidos)

Jogadores disponíveis com experiencia de Afrobasket ou jogos de apuramento para Afrobasket, todos com idade ainda para jogarem 3 ou mais Afrobasket.
Qualquer federação africana e selecionador gostariam de contar com estes jogadores!

No entanto, a Federação decidiu retirar a seleção sénior masculina do próximo Afrobasket, justificando que a prioridade é a formação, ganhando desta forma uma base para o Afrobasket 2019.

Dentro de dois anos teremos melhores jogadores do que estes? Eles ficam em banho-maria? ?? Onde estão os nossos jornalistas? A discutirem se Messi é melhor que Ronaldo? Onde estão os Autoproclamados Doutorados em desporto da nossa sociedade que não conseguem ver a repetição do que se passou recentemente com a nossa seleção de futebol?

Sendo uma federação recém-eleita, acho que seria mais sensato e honesto da parte deles, assumirem que se calhar não têm dinheiro e nem estão preparados para fazer a qualificação já em Fevereiro, do que estarem a inventar desculpas. Eles não têm experiência nem alcance internacional. Estamos em fevereiro e ainda não há nenhum campeonato regional a decorrer, o que lhes deve estar a provocar medo de falhar, mas HEY, este é o mundo do desporto.

Sejam homens e assumam as vossas responsabilidades. Não podem desrespeitar os jogadores internacionais existentes, como provam algumas mensagens que recebi de jornalistas internacionais (Canadá, Inglaterra e da FIBA-África), espantados com esta decisão. Enquanto uma delas questiona sobre como é possível Cabo Verde, que foi cabeça de série no último Afrobasket, estar fora deste, outro pergunta se Cabo Verde se encontra em guerra civil! Sinceramente não sei o que responder.

Mas o mais interessante é que nisto tudo, o selecionador fica até 2019 a receber o seu salário sem fazer um único jogo oficial; e no dia que fiquei a saber desta decisão da federação, li um artigo em que dizia que o nosso governo quer internacionalizar o Pais através do desporto?!

A aposta na formação é algo que defendo incansavelmente há muito tempo, mas que não invalida abrir mão de uma seleção já com nome a nível continental composta por grandes jogadores."

Vamos longe sem dúvida!