Chegadas ao dia de descanso da 75.ª Volta a Portugal, que acontece hoje, as duas equipas dominantes até ao momento, Efapel-Glassdrive e OFM-Quinta da Lixa, são unânimes em afirmar que não queriam ter a camisola amarela.

«Gostava de estar de amarelo em Viseu, ser líder no dia de descanso não me diz nada», garantiu à Lusa o diretor da Efapel-Glassdrive, que tem Rui Sousa no segundo lugar, com o mesmo tempo do camisola amarela, o espanhol Sergio Pardilla (MTN-Qhubeka).

Carlos Pereira recordou que a Volta só começou há dois dias, na Senhora da Graça, e assumiu que os seus homens estão em boa forma.

Também José Barros, responsável pela OFM-Quinta da Lixa, desvalorizou a posse da amarela no dia de descanso, que antecede a sexta etapa, a ligar a Sertã a Castelo Branco (180 km).

«Temos o terceiro classificado e mais dois ciclistas entre os dez primeiros. Esperamos manter-nos assim até ao contrarrelógio. Não preferia ir para o dia de descanso de amarelo, prefiro estar de amarelo a seguir à Serra da Estrela ou a poucos segundos dela», disse.

O diretor desportivo do terceiro classificado, o espanhol Gustavo Veloso, faz um balanço «superpositivo» com uma vitória «indiscutível», a primeira do historial da equipa.

E Barros não é o único: também José Santos está mais do que satisfeito com o desempenho da sua Rádio Popular-Onda.

«Penso que para nós o balanço é muito positivo. Nas etapas já disputadas fomos sempre intervenientes, entrámos em fugas, conseguimos visibilidade para os nossos patrocinadores, estivemos prestes a ganhar duas etapas. Um foi apanhado a 200 metros da meta, outro a 600», resumiu.

O “professor” indicou que o seu líder, Daniel Silva, o nono classificado, tem estado bem e com o moral em alta, depois do ataque na chegada a Fafe.

«Também estamos satisfeitos com a aposta no Nuno Matos, apesar de toda a polémica gerada. Eu entendi que ele tinha mais do que capacidade para estar presente. Seria um erro não o ter trazido. Teríamos perdido mais em não trazê-lo do que se tivéssemos esperado um ano», acrescentou.

O único diretor desportivo do lote de candidatos à vitória final – o Banco Bic-Carmim e o Louletano-Dunas Douradas não entram nestas contas – que não tem motivos para sorrir é Mário Rocha.

«Faço um balanço razoável. Não é bom por o [Hugo] Sabido não estar na melhor forma, mas ganhámos um novo líder, que é o Edgar. Estamos a liderar uma camisola, no segundo lugar em duas classificações. Falha-nos a amarela, que era o nosso objetivo», admitiu o responsável pela LA-Antarte.

O diretor da formação de Paredes garantiu que Edgar Pinto, o segundo classificado na Senhora da Graça, não o surpreendeu: «Era o tenente da equipa, quando percebi que o Hugo não estava bem, dei-lhe total liberdade. Está preparado para ganhar a Volta, mas não tem tido muita sorte. Se não tivesse furado, podia estar de amarelo».

Mário Rocha reconheceu que não será fácil recuperar o tempo perdido, mas acrescentou que, se não conseguirem, vão lutar pelas classificações secundárias.