A ciclista neerlandesa Annemiek van Vleuten (Movistar) conquistou hoje a Volta a França feminina, após uma oitava e última etapa em que estampou a sua autoridade e superioridade com nova vitória.
Depois do triunfo no sábado em Le Markstein, foi com a camisola amarela que se impôs pelo segundo dia seguido, ao cumprir os 123,3 quilómetros entre Lure e a Super Planche des Belles Filles em 3:37.23 horas, à frente da compatriota Demi Vollering (SD Worx), segunda a 30 segundos, e da italiana Silvia Persico (Valcar-Travel & Service), terceira a 1.43 minutos.
Nas contas finais da geral, ninguém chegou perto da ciclista da Movistar, que acabou com 3.48 de vantagem para Vollering, enquanto a polaca Katarzyna Niewiadoma (Canyon-SRAM) fechou o pódio, a 6.35.
Um ataque nos últimos seis quilómetros, quando já faltavam as pernas a todas as adversárias, permitiu ao cume da Super Planche ver chegar na frente a ‘campeoníssima’, que junta este título a quase uma centena de outras vitórias.
Van Vleuten, de 39 anos, juntou a Volta a Itália deste ano ao Tour com uma exibição autoritária, num percurso que marcou o regresso da ‘Grande Boucle’, depois de tentativas entre os anos 1980 e os 2000, de vários ‘La Course’ - corridas de um dia -, com uma edição reforçada que ajudou a promover o ciclismo feminino.
Duas vitórias na alta montanha, a fechar, consagraram a neerlandesa, primeiro com um ataque histórico e depois com nova demonstração de força na Super Planche des Belles Filles, que o esloveno Tadej Pogacar ajudou a popularizar em tempos recentes.
Prata na prova de fundo de Tóquio2020 e ouro no ‘crono’, soma ainda oito medalhas em Mundiais de estrada, três de ouro, mais uma em Mundiais de pista, e um ouro em campeonatos da Europa.
É quase fastidioso ler a lista de resultados importantes que alcançou, de três vitórias no ‘Giro Rosa’, em 2018, 2019 e 2022, com 13 etapas conquistadas, uma série de outras provas por etapas, duas Voltas à Flandres, duas Liège-Bastogne-Liège, uma delas este ano, duas Strade Bianche e uma infinidade de outros triunfos, com quase 100 listados na carreira profissional ao longo dos anos – e a história só terminará no fim de 2023, um ponto final já anunciado.
“É um sonho tornado realidade. Ganhar aqui no topo, vestida de amarelo, foi maravilhoso. O dia não foi fácil, a semana não foi fácil. Tem sido uma montanha russa de emoções e dificuldades”, declarou a vencedora.
Para Van Vleuten, a ‘ficha’ só vai cair agora, quando puder “desfrutar de verdade” do triunfo.
“Às vezes, a equipa diz-me que não aproveito, que não desfruto, que estou sempre a continuar. Acredito que hoje, sim, será o dia de começar a saborear todo este esforço. [...] Agora, dá para desfrutar de um gelado, da pizza de mais logo, celebrar com a equipa”, contou.
Neste Tour, o domínio foi tal que nem precisou do contrarrelógio no traçado, uma especialidade na qual é campeã mundial e olímpica, o que poderia aumentar ainda mais a vantagem para Demi Vollering, que levou a classificação da montanha como ‘consolo’, e o resto do pelotão.
A neerlandesa Marianne Vos (Jumbo-Visma) venceu a classificação por pontos, com outra ciclista dos Países Baixos, Shirin van Anrooij (Trek-Segafredo), a vencer a juventude.
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