A Astana reintegrou “provisoriamente” Miguel Ángel López, após as autoridades espanholas e a União Ciclista Internacional não terem encontrados indícios da participação do colombiano num caso de tráfico de medicamentos, que envolve o médico Marcos Maynar.

Em comunicado, a formação cazaque esclarece que, “na ausência de qualquer indício quer por parte das autoridades espanholas, quer por parte da UCI”, não está “em posição de prolongar a suspensão ou continuar a privar o corredor dos seus direitos contratuais”.

“Miguel Ángel López está, assim, provisoriamente reintegrado na equipa da Astana e vai regressar ao seu plano de corridas previamente delineado (Volta a Burgos e, depois, Volta a Espanha)”, acrescenta ainda a nota.

A Astana promete continuar a “acompanhar a situação de perto” e garante que “não hesitará em tomar medidas firmes consoante o desenvolvimento da situação”.

Em 22 de julho, a formação cazaque decidiu suspender Miguel Ángel López, de 28 anos, com efeitos imediatos, na sequência das notícias sobre o seu envolvimento num caso de tráfico de medicamentos, que tem o médico espanhol Marcos Maynar como principal investigado.

“As notícias que se espalharam nos meios de comunicação ontem [quinta-feira] à noite apanharam-nos de surpresa, e neste momento não temos quaisquer detalhes. Nesse sentido, a equipa decidiu suspender Miguel Ángel López da sua atividade no conjunto até todas as circunstâncias do caso serem clarificadas”, leu-se, na ocasião, na conta oficial da Astana na rede social Twitter.

Fontes próximas da investigação confirmaram nesse dia à agência Efe que ‘Superman’ López, que não compete desde a sua queda na quarta etapa da Volta a Itália, foi questionado pela Guardia Civil espanhola no âmbito da ‘Operação Ilex’ por tráfico de medicamentos.

Em maio, a Guardia Civil deteve em Cáceres Marcos Maynar, antigo médico da equipa de ciclismo portuguesa LA-MSS, por um alegado delito de tráfico ilegal de medicamentos, tendo-lhe sido imputados um crime contra a saúde pública e outro de tráfico ilegal de medicamentos.

Maynar, atualmente professor da Universidade da Extremadura, já foi detido em 2004 numa operação contra o tráfico de substâncias dopantes nos ginásios.

Cinco anos depois, foi suspenso por 10 anos pela Federação Portuguesa de Ciclismo “por, durante a época desportiva de 2008, ter prescrito e/ou fornecido substâncias proibidas e mascarantes a alguns ciclistas” da LA-MSS.

Em 2015, o médico foi um dos seis acusados num alegado caso de dopagem a remadores do clube de Urdaibai, tendo sido absolvido no julgamento.