O ex-ciclista e diretor-desportivo Bjarne Riis tinha conhecimento do uso generalizado de doping na Team CSC, antecessora da Tinkoff-Saxo, segundo revela hoje a agência dinamarquesa antidopagem ADD.

“Infelizmente, a investigação indicou que o doping na Team CSC não pode ser apenas imputado individualmente aos ciclistas”, começou por dizer em comunicado o diretor da agência, Michael Ask.

O responsável diz mesmo que Riis, vencedor do Tour de França em 1996 e que mais tarde viria a admitir que esteve dopado durante a competição, “no mínimo, sabia do doping na equipa” e que nada fez.

A agência dinamarquesa refere ainda que já expiraram os prazos de acusação em relação ao doping na Team CSC, num relatório cujas conclusões se basearam em 50 entrevistas a ciclistas, entre os quais Michael Rasmussen, que em 2013 admitiu ter-se dopado entre 1998 e 2010.

Riis fundou a equipa, que teve vários nomes, nos inícios de 2000, e assumiu o cargo de diretor-desportivo. Mais tarde vendeu-a ao milionário russo Oleg Tinkov, em dezembro de 2013, com a mesma a passar a ter a designação de Tinkoff-Saxo.

Como diretor, construiu uma formação de topo, assinando com o espanhol Alberto Contador em 2011 e na qual constam também os portugueses Sérgio Paulinho e Bruno Pires, ambos desde 2012.

Em março, Riis acabou por ser afastado da equipa, na sequência de informações de que o proprietário Tinkov estava insatisfeito com os resultados da equipa no início da temporada.