Um dia depois de ter conquistado a camisola rosa de líder do Giro, o espanhol Alberto Contador esteve hoje particularmente azarado, ao ver-se envolvido numa queda no final da sexta etapa, em Castiglione Della Pescaia.
O chefe de fila da Tinkoff-Saxo levantou-se e terminou a etapa, com um golpe num joelho e um ombro visivelmente magoado, a ponto de no pódio se ter escusado a vestir a camisola rosa, nas cerimónias do dia. Seguiu para o hospital, para exames, com os responsáveis da equipa a considerarem muito provável que continue em prova.
As primeiras declarações públicas sobre o estado de Contador foram do seu porta-voz para a imprensa, Jacinto Vidarte: "Alberto está praticamente bem, teve uma forte queda perto do fim. Magoou-se no joelho e no ombro, como puderam ver, mas acho que apesar disso está ok e que deverá continuar".
A etapa foi ganha ao 'sprint' pelo alemão André Greipel, da Lotto Soudal, e deixou as principais classificações da prova sem alterações, mantendo-se tudo igual no 'top-10'.
O líder da Tinkoff-Saxo, que chegou à liderança do Giro na etapa de montanha da véspera, esteve envolvido numa queda ocorrida no quilómetro final, já em Castiglione Della Pescaia, mas acabou por cortar a meta e foi creditado com o mesmo tempo do vencedor, 4:19.42 horas.
Ao mesmo tempo que se assumia que Contador deve recuperar para sexta-feira, confirmava-se o caso bem pior do italiano Daniele Colli (Nippo Vini Fantini), com um braço partido.
No final da etapa de 183 quilómetros planos, na Toscânia, a fuga cedo tentada por um quinteto já estava anulada e o campeão alemão foi mais forte do que a concorrência, superando na reta os italianos Matteo Pelluchi (IAM) e Sacha Modolo (Lampre-Merida).
A Nippo Vini Fantini era a mais representada na fuga, com Eduard-Michael Grosu e Alessandro Malaguti. Também lá estavam Marco Bandiera (Androni Giocatolli), Marek Rutkiewicz (CCC) e Alan Marangoni (Cannondale-Garmin), com a vantagem máxima a pouco passar dos cinco minutos.
A 14 quilómetros da meta a escapada estava anulada e as equipas que apostam nas etapas com chegada em pelotão compacto começaram a fazer o seu trabalho, com a Lotto Soudal a retirar os melhores frutos do dia, através da terceira etapa conquistada por Greipel.
Chamado no pelotão internacional de 'gorila', pelo impressionante físico, Greipel repete os sucessos de 2008 e 2010, nas outras duas edições em que foi ao Giro. Aos 32 anos, e também com seis sucessos de etapa no Tour e quatro na Vuelta, confirma-se como um dos 'sprinters' mais fortes do momento.
A geral individual não apresenta quaisquer alterações de relevo e os dez primeiros repetem as posições da véspera. O pódio do Giro vai sendo ocupado por Contador, o italiano Fabio Aru, da Astana (a dois segundos), e o australiano Richie Porte, da Sky (a 20).
Dois dos portugueses em prova entraram no extenso pelotão: André Cardoso (Cannondale-Garmin) foi 27.º, Fábio Silvestre (Trek) 132.º. Só se atrasou Sérgio Paulinho, da Tinkoff-Saxo, cortando em 175.º, a 4.18 minutos de Greipel.
Na geral, após seis dias, Cardoso continua a ser o melhor, em 39.º, a 16.01. Paulinho desceu quatro lugares, para 93.º (a 43.01) e Silvestre subiu cinco, para 157.º (a 1:01.57).
Sexta-feira, disputa-se a etapa mais longa desta 98.ª edição do Giro, ligando Grosseto a Fiuggi, no sul de Roma. São 264 quilómetros, sem dificuldades de nota, mas com uma ligeira subida na chegada.
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