
Kasper Asgreen ‘renasceu’ hoje com a vitória na 14.ª etapa da Volta a Itália em bicicleta, potencialmente decisiva para a geral final, após uma queda ter atrasado quase todos os candidatos, mas não o líder Isaac del Toro.
A monótona jornada de 195 quilómetros entre Treviso e Gorizia, na Eslovénia, foi ‘revolucionada’ por uma queda a mais de 20 quilómetros da meta, que cortou o pelotão em vários grupos, hipotecando as pretensões de vários favoritos a vestir a ‘maglia rosa’ final.
O caos que se seguiu permitiu ao ciclista dinamarquês da EF Education-EasyPost prevalecer, cortando a meta, como último resistente da fuga do dia, em 04:04.40 horas, 16 segundos à frente de um grupo encabeçado pelo australiano Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck) e o neerlandês Olav Kooij (Visma-Lease a Bike), respetivamente segundo e terceiro na etapa, e no qual também estava o jovem mexicano da UAE Emirates.
“Foi um dia difícil ali fora”, descreveu Asgreen, o dinamarquês que interrompeu uma seca de triunfos que durava desde setembro de 2023, após distanciar-se dos seus companheiros de jornada a cerca de 6.000 metros da meta para não mais ser alcançado pelos perseguidores.
Depois de se estrear a vencer no Giro, o corredor que triunfou numa tirada no Tour2023 ficou “um passo mais perto de completar a trilogia” em grandes Voltas, como notou aquele que em tempos foi um dos nomes fortes do pelotão, mas que andava ‘desaparecido’.
A incursão na Eslovénia, feita parcialmente debaixo de chuva forte, devolveu o protagonismo a Asgreen, que se juntou na fuga a Mirco Maestri (Polti VisitMalta), uma figura da passada edição, a Martin Marcellusi (VF Group-Bardiani CSF-Faizanè) e Clément Davy (Groupama-FDJ).
Numa etapa essencialmente plana, a perseguição ao quarteto foi feita a ritmo moderado, com a fuga a parecer sempre em risco, mas a acabar também por beneficiar do caos resultante da queda que aconteceu a mais de 20 quilómetros da meta, numa zona de empedrado.
O líder da classificação por pontos, Mads Pedersen, foi ao chão, assim como quase todos os seus colegas da Lidl-Trek, nomeadamente o italiano Giulio Ciccone, o então sétimo da geral, que ficou visivelmente maltratado e demorou a retomar a marcha, perdendo mais de 16 minutos no final.
Com a corrida lançada, o pelotão, liderado pela Visma-Lease a Bike, partiu-se e os candidatos ao pódio final ficaram quase todos atrasados, exceção feita a Isaac del Toro e também a Simon Yates e Richard Carapaz (EF Education-EasyPost).
Antonio Tiberi (Bahrain Victorious) foi um dos principais afetados: mesmo rodeado da sua equipa, o jovem italiano, que era terceiro, nunca conseguiu recolar e perdeu dois minutos na meta, descendo a oitavo, a mais de três minutos do mexicano da UAE Emirates.
Numa jornada trágica para as aspirações italianas, também Primoz Roglic (Red Bull-BORA-hansgrohe) cedeu mais de um minuto, apesar de, ao contrário do que é habitual, não ter caído, chegando num grupo que incluía também Juan Ayuso (UAE Emirates) ou Egan Bernal (INEOS).
Feitas as contas de uma jornada atribulada, Isaac del Toro reforça a liderança da geral, na qual é secundado por Simon Yates (Visma-Lease a Bike), que está a 01.20 minutos.
Ayuso desceu a terceiro da geral, a 01.26, com Carapaz a subir a quarto, a 02.07, à frente de Roglic, o campeão do Giro2023 que é quinto a 02.23.
O português Afonso Eulálio foi 75.º, a 03.32, e subiu a 85.º da geral, a 01:25.36 horas, na véspera do pelotão cumprir 219 quilómetros acidentados entre Fiume Veneto e Asiago, que incluem uma contagem de montanha de primeira categoria a meio da jornada.
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