O ciclista britânico Chris Froome (Sky) assumiu hoje que tem a vitória na Volta a França praticamente assegurada, admitindo que está melhor este ano do que no ano passado.

“Estou bastante satisfeito com o meu desempenho na etapa. O estado de forma é sempre uma incógnita após um dia de descanso, mas eu senti-me realmente bem e fui perfeitamente secundado pelos meus colegas. Queria manter-me junto aos melhores, para poder observá-los, não tinha previsto atacar. Vi uma oportunidade de ganhar segundos aos meus rivais e aproveitei-a. Agora, estou confortável na liderança”, analisou o camisola amarela.

Chris Froome acredita que ainda muito poderá acontecer, especialmente na cronoescalada de quinta-feira, um exercício que, na sua opinião, vai aumentar as diferenças entre os primeiros na geral e 'incendiar' a luta pelo ‘top 5’ e pelos lugares do pódio.

“Quanto a mim, é preciso que aconteça algo verdadeiramente grave para eu perder este Tour”, admitiu o ciclista britânico, que garante estar melhor nesta terceira semana do que aconteceu no ano passado.

Apesar de ter perdido oito segundos para o seu compatriota, o jovem Adam Yates (Orica-BikeExchange) congratulou-se por ter sido o menos penalizado pelo distanciamento de Froome, que, ao responder a um ataque do australiano Richie Porte (BMC), ganhou tempo a toda a concorrência.

“Foi um bom dia. Esta era uma das etapas difíceis e terminei-a segurando o meu lugar no pódio. Vi o Richie atacar e logo a seguir o Froome e percebi que eles estavam mais fortes do que eu e que eu não tinha meios para contrariá-los”, disse o terceiro classificado da geral e líder da classificação da juventude.

Já Nairo Quintana, que é quarto na geral, a 3.27 minutos do homem que o derrotou nas edições de 2013 e 2015, assumiu implicitamente que está fora da corrida pela vitória na geral do Tour.

Questionado pelos jornalistas à chegada da 17.ª etapa sobre se o ‘sueño amarillo’ [slogan da Movistar para o assalto do seu líder ao Tour] tinha acabado, o colombiano respondeu que ainda tem muitos anos pela frente.

“Tenho 26 anos e tenho gente à minha frente com muito mais experiência. Ainda me sobram muitos anos para lutar pelo ‘sueño amarillo’”, argumentou, indicando que, na parte final da ascensão a Finhaut-Emosson, não se sentiu bem.

Ainda assim, Quintana está confiante que poderá recuperar nos próximos dias: “Encontro-me bem, foi só um dia mau.”

Mais claro do que o seu companheiro de equipa foi Alejandro Valverde. O espanhol, que atacou para eliminar a escolta de Froome, deu a amarela como perdida.

“Hoje, as pessoas não podem criticar-nos por não termos tentado. É certo que ganhar vai ser muito complicado, por isso teremos de lutar pelo pódio. Tentei acelerar a corrida para deixar a Sky com o menor número de homens possível. Assim, caso o Nairo atacasse, tinha de ser o Froome a responder. Mas estão muito fortes e há que aceitá-lo”, concluiu.