Alexander Kristoff (Katusha) superou hoje o nervosismo para tornar-se no quinto ciclista norueguês a vencer no Tour e para relegar o eslovaco Peter Sagan (Cannondale) para o segundo lugar pela quarta vez em 12 etapas.
Quando parecia que o camisola verde teria finalmente a ocasião de festejar uma vitória, Alexander Kristoff, que na véspera se tinha poupado para tentar a sua sorte em Saint-Étienne, mostrou-se mais forte, batendo confortavelmente Sagan, o segundo do pelotão que incluia o camisola amarela, o italiano
Vincenzo Nibali, e o campeão do Mundo, o português Rui Costa (Lampre-Merida).
O norueguês da Katusha, um dos mais regulares nas chegadas em velocidade da Volta a França, teve o seu primeiro momento de glória na prova francesa, para desespero de Sagan, que terá de esperar que passem os Alpes, presentes no percurso na sexta-feira e no sábado, para voltar a tentar a sua sorte.
“É um sentimento formidável ganhar. Sei que a Noruega está toda atenta ao Tour, esta é a prova que toda a gente conhece”, assumiu o "sprinter", que cumpriu os 185,5 quilómetros da tirada em 04:32.11 horas.
Dez quilómetros depois da partida em Bourg-en-Bresse, Florian Vachon (Bretagne-Séché Environnement), Gregory Rast (Trek), Simon Clarke (Orica-GreenEdge), David De La Cruz (NetApp-Endura) e Sebastian Langeveld (Garmin-Sharp) já seguiam isolados.
A fuga, que perdeu David De La Cruz em nova queda, sobreviveu já só com Clarke até aos 20 quilómetros finais, sendo anulada graças ao trabalho intenso da Giant-Shimano e esporádico da Europcar, que lançou na frente de corrida Perrig Quémeneur e Cyril Gautier.
O duo alcançou o australiano da Orica-GreenEdge e os três, beneficiando do atraso de Marcel Kittel e, consequentemente, do fim do trabalho da Giant-Shimano, e do desinteresse da Astana de Nibali e da Movistar de Alejandro Valverde, mantiveram viva a esperança de ganhar a etapa até à entrada nos cinco quilómetros finais.
Mas aí, a frente do pelotão tornou-se verde, com a Cannondale a trabalhar para Sagan, que na véspera tinha desabafado estar farto de segundos lugares. Azar ou falta de "timing", o certo é que essa foi mesmo a posição que o talentoso eslovaco ocupou hoje (e já lá vão quatro, sem qualquer vitória), porque outro dos regulares do "sprint" esteve bem mais forte.
Em Saint-Étienne, Kristoff, segundo em Lille, onde foi derrotado por Marcel Kittel, e em Reims, onde perdeu para Marcel Greipel (Lotto-Belisol), tornou-se no quinto norueguês em 101 edições a vencer uma etapa no Tour.
Aos 27 anos, o vencedor da última Milão-Sanremo conquistou o seu primeiro triunfo numa grande Volta e “a segunda maior vitória” da sua carreira, depois da clássica italiana.
“Sabia que hoje tinha hipótese de ganhar. Ontem, poupei as minhas pernas, economizei energia. Hoje, nunca atingi o meu limite. No final, estava um pouco nervoso, tive receio de ficar tapado e, depois, perdi os meus colegas Luca Paolini e Alexander Porsev no último quilómetro… mas estava fresco. Escolhi a roda do Matteo Trentin, que ia bem lançado, e arranquei o meu `sprint´ como queria”, relatou o homem da Katusha.
Num dia em que foi notória a tentativa dos favoritos, incluindo Vincenzo Nibali e Rui Costa, de poupar energias para a etapa de sexta-feira, que termina numa contagem de categoria especial em Chamrousse, depois de 197,5 quilómetros desde Saint-Étienne, o grande perdedor foi Tony Gallopin.
O francês da Lotto-Belisol, que ocupava a quinta posição da geral, acusou o esforço da véspera, dia em que celebrou a vitória na 11.ª etapa, e caiu para a 20.ª posição.
Uma queda, mas esta no sentido literal, apanhou o campeão português Nelson Oliveira (Lampre-Merida), com o companheiro de Rui Costa a chegar a Saint-Étienne na companhia de Tiago Machado, que continua a manter-se em prova com o objetivo de completar o Tour.
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