O francês Arnaud Démare (Groupama-FDJ) dominou o 'sprint' da sexta etapa e conquistou hoje a segunda vitória na 103.ª edição da Volta a Itália em bicicleta, em que o líder João Almeida (Deceuninck-Quick Step) apanhou um susto.

Démare, que já tinha vencido a quarta etapa, triunfou nos 188 quilómetros entre Castrovillari e Matera, ao fim de 4:54.38 horas, num 'sprint' em que bateu o australiano Michael Matthews (Sunweb), segundo, e o italiano Fabio Felline (Astana), terceiro.

Com uma subida a 2.500 metros da meta, a 'guerra' pela colocação dos homens da geral coincidia com os 'sprinters', à procura da vitória, mas Démare venceu com autoridade, bem à frente dos restantes.

Démare arrebata ainda a 'maglia ciclamino', a camisola dos pontos, que seguia com um dececionante Peter Sagan (BORA-hansgrohe), que foi oitavo e segue sem vitórias em 2020.

Apesar de ter admitido, já após cortar a meta, que esta foi "uma chegada incrivelmente difícil", Démare venceu com uma margem tal para os restantes velocistas que fez o triunfo parecer fácil, mesmo que tenha chegado à última reta mal posicionado, após perder a colocação que a equipa lhe tinha preparado.

"Não desisti, fui atrás da Astana, segui nessa roda. Lancei o 'sprint' e ainda não acredito que ganhei. Disse a mim mesmo que se vencesse uma primeira etapa, venceria outras, e agora já pude afastar a pressão", comentou o vencedor do dia, que pela primeira vez 'bisa' numa grande volta.

O campeão de fundo da França fez ainda o segundo 'bis' desta edição, depois do italiano Filippo Ganna (INEOS) ter conquistado o contrarrelógio de abertura e a quinta etapa.

Na luta pela geral, o dia não foi atribulado e o pelotão concentrou-se em apanhar a fuga, primeiro, e em posicionar tanto os velocistas como os candidatos à vitória final, os primeiros para a vitória e os segundos para não perderem tempo em cortes, depois.

Antes, já o camisola rosa tinha tido um 'susto' dos grandes, quando, ao parar para corrigir um problema no rádio, foi abalroado por outro ciclista, que não o viu encostado à berma.

Só o susto ficou, uma vez que João Almeida pôde voltar rapidamente ao pelotão, que tinha abrandado para esperar pelo líder, explicando no final da tirada que se sentia "bem" e sem mazelas.

O luso cortou a meta no 25.º lugar, integrado no pelotão, e segue líder, com 43 segundos de vantagem para o espanhol Pello Bilbao (Astana), segundo, e 48 para o holandês Wilco Kelderman (Sunweb), terceiro.

Rúben Guerreiro (Education First) também esteve em bom plano, acabando em 21.º a etapa e subindo cinco lugares na geral, para o 41.º lugar, a 17.34 minutos do compatriota.

Na sexta-feira, uma etapa plana liga Matera a Brindisi, ao longo de 143 quilómetros sem contagens de montanha, ideal para nova disputa ao 'sprint', ainda que o vento cruzado vá 'ameaçar' o pelotão.