Tony Gallopin (Lotto-Belisol) ficou fã do pódio da Volta a França em bicicleta e hoje, três dias depois de vestir a camisola amarela, subiu ao lugar mais alto para festejar a vitória na 11.ª etapa.

Arrojado a descer, ao contrário de Rui Costa (Lampre-Merida), que preferiu ser cuidadoso e acabou por perder 01.36 minutos para todos os outros favoritos e desceu ao 14.º lugar da geral, a 05.38 minutos, o mais novo da dinastia Gallopin ganhou uma margem confortável, que lhe permitiu cortar a meta, com os "sprinters" mesmo nas suas costas.

"Esta vitória, procurei-a com todas as minhas forças. Já fiz um Tour que não podia imaginar”, confessou o francês de 26 anos, que revelou que no início da etapa não se sentia muito bem.

O segredo do triunfo, de acordo com o incrédulo Gallopin, foi conhecer bem a parte final da tirada, incluindo uma pequena inclinação que não estava assinalada no mapa da prova, e que foi suficiente para se distanciar do grupo principal.

No pós-dia de descanso, o pelotão de 179 resistentes encarou a 11.ª etapa sem pressas, com a fuga da jornada a formar-se aos 30 quilómetros da ligação de 187,5 entre Besançon e Oyonnax, por iniciativa de Martin Elmiger (IAM Cycling), Cyril Lemoine (Cofidis) e Anthony Delaplace (Bretagne-Séché Environnement).

Pouco mais de 20 quilómetros depois, o trio da frente estabilizou a diferença em seis minutos, uma vantagem que foi perdendo com a perseguição exaustiva da Cannondale e da Orica-GreenEdge.

Enquanto isso, lá atrás, um dos favoritos à partida Andrew Talansky (Garmin-Sharp), bem marcado por quedas, sentava-se na berma da estrada, era dado como desistente, mas, depois de uma longa conversa com o seu diretor desportivo, entre muitas lágrimas, voltava à estrada, visivelmente em dificuldades – acabaria por ser último, depois de ter perdido 32.05 minutos.

Indiferentes à bravura do norte-americano, Nicolas Roche (Tinkoff-Saxo) e Jan Bakelants (Omega Pharma-Quickstep) lançavam-se na perseguição a Elminger, o último dos fugitivos que seguia isolado, conseguindo alcançá-lo, tal como fizeram posteriormente Jesus Herrada (Movistar) e Cyril Gautier (Europcar).

Mas a iniciativa do quinteto esbarrou nas intenções de Cannondale e Orica-GreenEdge, que queriam aproveitar a ausência de Marcel Kittel para levarem Peter Sagan ou Simon Gerrans ao triunfo e apanharam todos os fugitivos, a 15 quilómetros da meta, mesmo a tempo da descida veloz rumo a Oyonnax.

E aí, destemido, Gallopin adiantou-se ao grupo de Nibali e seguiu, sem olhar para trás e sem travar uma única vez, rumo ao seu segundo grande momento na 101.ª edição, aguentando a aproximação dos "sprinters" para fazer a festa, depois de 04:25.45 horas na estrada.

Atrás de si, precisamente com o mesmo tempo, cortaram a meta o alemão John Degenkolb (Giant-Shimano) e o italiano Matteo Trentin (Omega Pharma-Quickstep), os homens da frente do mini-pelotão que trazia todos os favoritos, menos Rui Costa.

O português da Lampre-Merida, que pareceu ter ficado cortado quando Tony Martin (Omega Pharma-Quickstep) acelerou na subida de terceira categoria para Côte d’Échallon, preferiu ser cauteloso na descida e perdeu 01.36 minutos para os seus adversários da geral, saindo do “top 10” – agora é 14.º, a 05.34 minutos.

Sérgio Paulinho (Tinkoff-Saxo) chegou no mesmo grupo do campeão do Mundo e os outros três portugueses, Nelson Oliveira (Lampre-Merida), o corajoso Tiago Machado e José Mendes, ambos da NetApp-Endura), cederam 18.25 minutos.

Na quinta-feira disputa-se a 12.ª etapa, uma ligação de 185,5 quilómetros entre Bourg-en-Bresse e Saint-Étienne, com duas contagens de terceira categoria e outras duas de quarta.