Há um ano, azar foi a palavra que definiu a «sorte» da LA-Antarte, por isso, em vez de pensar na amarela final, a equipa de Paredes espera ter apenas emoções positivas na 74.ª. Volta a Portugal em bicicleta.
Mário Santos começa a enumerar discretamente os propósitos da LA-Antarte na maior prova velocipédica do calendário português – «os objetivos da equipa são, no mínimo, fazer o que foi feito o ano passado, ou seja, ganhar duas etapas, estar na Volta a Portugal vestido de amarelo e se possível melhorar, colocando alguém no pódio» – até confessar o seu objetivo número um.
«[Ter mais sorte do que no ano passado] é o meu principal desejo. Claro que sonho com a vitória, mas o meu principal desejo é que os nove corredores que entrem na Volta terminem e que terminem saudáveis», confessou à Lusa o diretor desportivo da formação de Paredes.
No ano passado, ele e seus pupilos viveram um verdadeiro pesadelo, que começou com a gravíssima queda de Edgar Pinto na segunda etapa, prosseguiu com o abandono do primeiro camisola amarela, Hugo Sabido, devido a uma infeção vírica intestinal antes da quarta etapa, e ficou concluído com o colapso de Hernâni Broco na etapa da Torre.
«Foi muito azar e tivemos um grande desequilíbrio no que diz respeito a emoções. Enfim, espero que este ano as emoções sejam só positivas e não negativas», desejou.
Mesmo assim, Mário Rocha não nega o sonho do triunfo final de um dos seus três líderes: Hugo Sabido, José Mendes e Edgar Pinto.
«Todos sonham, nós também sonhamos com a vitória. Sonhamos, mas estamos conscientes da dificuldade que há em chegar à vitória, quando há equipas fortes», admitiu.
E os inimigos da LA-Antarte têm nome, neste caso Carmim-Prio, «a equipa mais forte o ano passado» que este ano se reforçou e estará, «teoricamente», igual ou ainda mais forte, e Efapel-Glassdrive, «que tem no seu plantel três, quatro corredores que podem discutir a Volta a Portugal».
É destas que sairá, na opinião do diretor desportivo da equipa de Paredes, o vencedor da prova portuguesa: «o favorito número um é o Ricardo Mestre, o vencedor do ano passado. Depois o David Blanco, vencedor já de quatro Voltas a Portugal, assim como o Nuno Ribeiro, o [Ricardo] Vilela, o Sérgio Sousa, o Rui Sousa. Todos ciclistas muito fortes, todos da Efapel».
Quanto às equipas estrangeiras é «sempre uma incógnita», nesta 74.ª edição, que se realiza entre 15 e 26 de agosto, ainda mais, uma vez que para muitos é «a primeira vez que vão correr em Portugal».
«Pelos resultados, pelo que tive oportunidade de ver do pouco currículo deles, penso que não serão candidatos. Os adversários mais fortes são mesmo os das equipas portuguesas», garantiu.
Para Mário Rocha, a Volta vai decidir-se em duas etapas, nomeadamente na antepenúltima e na penúltima, ou seja, na etapa da Torre e no contrarrelógio.
«Temos uma volta igualmente competitiva, temos logo na primeira etapa uma etapa duríssima pela sua distância e por ter uma parte final bastante dura, numa região com bastantes montanhas. Depois temos a chegada a Fafe, em que o pelotão costuma chegar bastante fragmentado, e a de Armamar, logo depois da Senhora da Graça. A própria etapa de Viseu é difícil. Toda a Volta tem etapas duras», enumerou.
Equipa: Vergílio Santos (Por), Hugo Sabido (Por), Edgar Pinto (Por), José Mendes (Por), Márcio Barbosa (Por), Hugo Sancho (Por), Bruno Silva (Por), João Correia (Por) e Luís Afonso (Por).
Diretor desportivo: Mário Rocha.