
A praia de Ribeira d’Ilhas, na Ericeira, recebe este fim de semana o Allianz Ericeira Pro, a terceira de cinco etapas da Liga MEO Surf 2025. Sob a égide da organização da Associação Nacional de Surfistas (ANS) é a 16.ª edição consecutiva da paragem realizada na Reserva Mundial de Surf.
Teresa Bonvalot e Tomás Fernandes (em igualdade pontual com Luís Perloiro) entram em Ribeira d’Ilhas com o estatuto de líderes do ranking nacional e, consequentemente, vestidos de licra amarela Go Chill.
Camila Cardoso, 23 anos, compete desde 2016 no circuito que apura os campeões nacionais de surf.
Em quase uma década, contabiliza somente uma única vitória no circuito nacional Open, em 2024, na 20.ª edição do Miss Quebramar Cup, evento reservado em exclusivo à competição feminina e disputado nas ondas da Costa Nova, em Ílhavo.
O dado estatístico não lhe retira ambições para atingir outro patamar na Liga MEO Surf.
“No geral, queria melhorar alguns dos resultados que alcancei no ano passado. Na Figueira já o fiz (7.ª), no Porto (9.ª), não conseguir fazer e agora queria ver se conseguia fazer o meu melhor resultado até agora na etapa da Ericeira (foi sétima, em 2023)”, confessou ao SAPO Desporto.
Para além da Ericeira, aponta outro horizonte quando terminar as seis etapas femininas do circuito que apura os campeões nacionais. “E queria ver se chegava aos primeiros lugares do ranking, pelo menos ao Top 5, que é um dos meus objetivos, retomar esse Top 5 (foi 5.ª classificada na temporada 2021)”, fixou a surfista natural de Lisboa mas adotada pela Praia Grande, berço de surfista de ondas grandes, como João Macedo, Nicolau Von Rupp ou António Laureano.
Camila Cardoso (Ericeira Surf Clube) tem sido, desde cedo, apontada como um dos nomes emergentes do surf nacional. No entanto, tem andado ocupada mais no free surf e em ondulações maiores como são o caso da Nazaré, onde é até à data a surfista mais nova a aventurar-se no famoso Canhão e de cuja experiência resultou um documentário, ou na misteriosa onda do Cabo Raso (Cascais).
“Gosto muito de fazer as duas partes, adoro competir, mas a parte do free surf é muito importante, é uma parte que me faz descontrair bastante, mesmo em ondas grandes tenho uma parte de descontração que não está na competição, por vezes”, sublinhou.
A surfista treinada por Francisco Laranjinha, promete abordar a temporada 2025-2026 do Qualifying Series (QS), circuito europeu de qualificação da Liga Mundial de Surf (WSL), de forma distinta em relação à pretéritas épocas, cuja intermitência competitiva foi ditada por “razões monetárias” e exames da faculdade de Motricidade Humana.
“Durante anos tinha exames ainda na altura de alguns QS e acabava por não dar para conciliar os dois”, detalhou. “Este ano, tenciono acabar os exames mais cedo para ter essa possibilidade de começar a época dos QS na primeira etapa e não na última (Caparica)”, sorriu.
“Estou no último ano, já só faltam os últimos exames e acabo. E acho que, mais cedo ou mais tarde, vou fazer o mestrado, mas isso é para o futuro, porque o surf é uma prioridade. Enquanto dá, vai ser”, garantiu.
Ericeira, 1.º campeonato de surf em Portugal
Berço do primeiro campeonato do surf português, João Moraes Rocha venceu a primeira prova realizada a 22 de maio de 1977. Marta Rafael, foi a primeira campeã em Ribeira d’Ilhas, no ano de1995, estreia da competição feminina na praia do Concelho de Mafra.
Tiago Pires, já retirado, soma cinco triunfos em Ribeira d‘Ilhas. Tomás Fernandes e Afonso Antunes, duas vitórias cada, podem desempatar o terceiro lugar nesta hierarquia e igualar Paulo “do Bairro” Rodrigues (três vitórias).
No feminino, Teresa Bonvalot e Carolina Mendes (compete atualmente em longboard) venceram a etapa em quatro ocasiões. Bonvalot, atual campeã nacional, em caso de vitória, encurta a distância em relação ao recorde de triunfos de Patrícia Lopes (6) na etapa, vitória que juntam o antes e o depois do ano (1999) em que a ANS assumiu a organização da primeira divisão do surf nacional.
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