As ciclistas Maria Martins e Raquel Queirós iniciaram hoje, em Chaves, o percurso ao longo da estrada nacional 2 (EN 2), até Faro, como forma de promover as estradas portuguesas e o “momento muito bom” do ciclismo feminino.

“O ciclismo feminino está a passar por um momento muito bom, com um feito historio de poder ter duas atletas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, e, por isso, a partilha e divulgação do nosso ciclismo é importante”, comentou Maria Martins, antes da partida, desde o ‘km 0’ da EN 2, em Chaves, no distrito de Vila Real.

Maria Martins, que nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, adiados para 2021, vai estrear-se - e estrear também Portugal - no quadro do ciclismo de pista, espera a companhia em Tóquio de Raquel Queirós, que procura juntar-se na variante de BTT.

Junto ao ‘km 0’, as ciclistas aceitaram o pedido para várias ‘selfies’, antes de arrancarem para cinco dias de etapas, que terminam em Faro, no domingo.

A saída de Chaves não passou despercebida e alguns amantes da modalidade fizeram uma ‘guarda de honra’ para a saída das jovens ciclistas e acompanharam-nas nas suas bicicletas durante os primeiros quilómetros.

A ciclista ribatejana, de 20 anos, explicou que percorrer a EN 2 era uma ideia “programada já há algum tempo” e que, após partilha com a Federação Portuguesa de Ciclismo, conseguiu ser concretizada.

“Podemos divulgar o nosso trabalho e o nosso país, pois vamos fazer 738 quilómetros na EN 2, sempre ao longo de Portugal. Tenho muito orgulho em partilhar e demonstrar o que temos de melhor”, vincou Maria Martins.

Também a amiga de longa data Raquel Queirós se mostrou entusiasmada à saída de Chaves para a primeira etapa, que termina em Castro Daire, no distrito de Viseu.

“O calor e as temperaturas altas vão ser o nosso maior adversário, mas vamos conseguir. Somos duas atletas resilientes e fortes”, sublinhou a ciclista, de 20 anos.

Raquel Queirós lembrou ainda a iniciativa solidária que irá acontecer no final da última etapa, no domingo, com a entrega de bicicletas às crianças acolhidas no Refúgio Aboim Ascensão.

“Temos também essa causa e além de mostrar o ciclismo feminino vamos distribuir bicicletas para que as crianças também possam pedalar”, realçou.

Apesar dos constrangimentos causados pela pandemia de covid-19, Raquel Queirós mantém o otimismo de uma época para a qual tinha previsto alcançar “grandes objetivos”.

Presente no arranque desta 'aventura' pela EN 2, o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, Delmino Pereira, explicou que o objetivo é “estimular os jovens a aderirem ao ciclismo”.

“São os campeões que estimulam os jovens a aderir ao desporto. Queremos que as pessoas façam desporto com mais intensidade e qualidade, mais desafiante e com emoções”, atirou.

Para Delmino Pereira, a EN 2 é um desafio que qualquer cidadão pode fazer e que permite uma “proximidade com o território, com o contacto com as pessoas ao longo da estrada”.

A ‘aventura’ de duas “jovens atletas da nova geração” pretende ainda “atrair à modalidade mais mulheres e estimular os jovens a andar de bicicleta”.

Após a primeira etapa, que liga Chaves a Castro Daire, em 134,4 quilómetros, seguem-se as etapas Castro Daire-Góis (133,7), Góis-Ponte de Sor (148,5), Ponte de Sor-Aljustrel (182,1) e Aljustrel-Faro (117,2), no domingo.