Tadej Pogacar chegou a pensar que ia perder o pódio da Volta a França em bicicleta, durante uma 17.ª etapa em que ficou “vazio”, assumindo estar “extremamente dececionado” após ter perdido quase seis minutos para Jonas Vingegaard.

“Não sei o que aconteceu. Cheguei ao sopé da última subida [o Col de la Loze] completamente vazio. Tentei comer o máximo possível, mas era como se nada chegasse às minhas pernas, tudo ficava no meu estômago”, descreveu o esloveno da UAE Emirates.

Pogacar perdeu o contacto com o grupo do camisola amarela a oito quilómetros do alto do Col de la Loze e acabou por ceder quase seis minutos para Vingegaard na meta, estando agora a impensáveis e, provavelmente, inalcançáveis 07.35 minutos do campeão em título.

“Se não tivesse tido tanto apoio… já estava a pensar que ia perder o pódio hoje. Continuei a lutar com o Marc [Soler] até à meta. Estou grato tanto aos meus colegas de equipa como aos fãs”, salientou, após a 17.ª etapa, ganha pelo austríaco Felix Gall (AG2R Citroën).

O duro golpe sofrido hoje por Pogacar, bicampeão do Tour (2020 e 2021) e ‘vice’ da passada edição, deixou-o “extremamente dececionado”.

“Hoje, foi um dos meus piores dias na bicicleta, mas tinha de continuar a lutar. No final, o Marc Soler puxou pelos meus limites e lutei até à meta”, recordou.

‘Pogi’ não quis ‘culpar’ a queda que sofreu quando estavam decorridos cerca de 15 quilómetros dos 165,7 entre Saint-Gervais Mont-Blanc e Courcheve pela sua prestação de hoje, dizendo não saber qual foi o real impacto da mesma.

“Não dói assim tanto, não sei quanto afetou o meu corpo […] A fuga estava a formar-se, eu estava em segundo ou não muito longe disso [no pelotão], o corredor à minha frente abrandou, mudou de trajetória e eu toquei na roda dele. Não sei o que aconteceu”, descreveu.

‘Derrotado’ na geral – só uma ‘tragédia’ fará Vingegaard perder a Volta a França -, Pogacar quer agora oferecer uma vitória de etapa à sua equipa, nomeadamente na 20.ª, única jornada montanhosa até ao final do Tour, ambicionando ainda que Adam Yates, o seu companheiro que é terceiro da geral, a 10.45 minutos do camisola amarela, o acompanhe no pódio no domingo, em Paris.

Também Joxean Fernández 'Matxín', diretor da UAE Emirates, reconheceu a derrota na geral, considerando “impossível” destronar Vingegaard do primeiro lugar da geral.

“Pogacar não tinha boas sensações e vimo-nos obrigados a alterar o plano previsto de atacar. Tentámos manter-nos no grupo, mas não foi possível. […] Pensámos então em consolidar o pódio de Adam Yates. Temos de lutar para ser segundo e terceiro, a vitória absoluta é impossível”, concedeu.