Bauke Mollema (Belkin) conseguiu hoje, em Burgos, o que ainda não tinha feito na carreira - ganhar uma etapa de uma "grande volta" ciclista, vencendo de forma espetacular a 17.ª da Vuelta.

O líder da Belkin, de 26 anos, não é um desconhecido do pelotão, tendo sido quarto da geral da Volta a Espanha há dois anos e, no início do verão, deu nas vistas nas etapas de montanha do Tour, prova que terminou em sexto no final em Paris.

Mas faltava uma sempre prestigiante vitória no Tour, no Giro ou na Vuelta, o que fez agora de forma totalmente inesperada, com um ataque na reta final de menos de mil metros. A jogada deixou "pregados" os que pretendiam lançar a corrida para os "sprinters" e Mollena já não foi apanhado até ao risco da meta.

Mollema "limpa" assim a má imagem que estava a dar nesta Vuelta, já que ocupa um muito modesto 51.º lugar na geral a quase hora e meia do primeiro posicionado.

Os 189 quilómetros da tirada iniciada em Calahorra e teminada em Burgos foram cumpridos por Mollema em 4:44.28 horas, uns metros à frente do norueguês Edvald Boasson-Hagen (Sky) e do argentino Maximiliano Richeze (Lampre), segundo e terceiro, respetivamente, que seriam creditados com o mesmo tempo.

A etapa, de transição - montanha regressa na quinta-feira -, foi calma para o camisola vermelha, o italiano Vincenzo Nibali (Astana), mas alguns dos classificados no top-10 perderam tempo, ao entrarem integrados num grupo secundário.

No grupo de cerca de 30 unidades que chegou na frente vinham os principais adversários de Nibali, que mantém o comando com 28 segundos de vantagem sobre o norte-americano Chris Horner (RadioShack) e 1.14 minutos sobre o espanhol Alejandro Valverde (Movistar).

O italiano Domenico Pozzovivo (Ag2r) e o francês Thinaut Pinot (fdj), agora sexto e sétimo da geral, chegaram apenas no segundo grupo, a minuto e meio dos homens da frente e já estão a mais de cinco minutos do líder.

O grande beneficiado na classificação acabou por ser o irlandês Nicolas Roche (Saxo-Tinkoff), que subiu um lugar, para quinto, a 3.43 de Nibali, e imediatamente atrás do espanhol Joaquin Rodriguez (Katusha), que está a 2.29 do líder.

Os portugueses André Cardoso (Caja Rural) e José Mendes (NetApp) entraram no grupo mais numeroso - o de Pozzovivo e Thibaut -, o que não influiu nas suas classificações na geral.

Cardoso, que continua em quarto na listagem do prémio da Montanha, é o 19.º da geral, a 21.29, e Mendes o 25.º, a 36.08.

Na quinta-feira faz-se a ligação entre Burgos a Peña Cabarga (186,5 km), onde a meta coincide com uma contagem de montanha de primeira categoria.

Um dia de médias montanhas na Cantábria, mas com sucessivas subidas - são cinco, entre as quais a Peña Cabarga final e o Alto del Caracol, a 40 quilómetros da meta, onde o espanhol Alejandro Valverde perdeu a Vuelta, em 2008.