A quinta etapa do Critério do Dauphiné foi hoje neutralizada após a maioria do pelotão, incluindo o camisola amarela Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), ter caído quando faltavam pouco mais de 20 quilómetros para a meta.

“A etapa será neutralizada integralmente devido à inexistência de assistência médica disponível. O tempo da etapa não será contabilizado e não haverá vencedor”, informou a organização na rede social X, numa alusão à falta de ambulâncias para acompanhar os quilómetros restantes da ligação de 167 quilómetros entre Amplepuis e Saint-Priest, uma vez que saíram da corrida para transportar corredores ao hospital.

Entre as ‘vítimas’ da queda, provocada pelo piso excessivamente escorregadio, contam-se Evenepoel e Primoz Roglic (BORA-hansgrohe), os dois primeiros da geral que regressaram à competição nesta prova francesa, depois de dois meses de paragem motivados por uma queda grave na Volta ao País Basco.

Desta vez, no entanto, o belga e o esloveno não ficaram maltratados, tal como Jai Hindley (BORA-hansgrohe), vencedor do Giro2022, ao contrário de Juan Ayuso (UAE Emirates), visivelmente com dores após ter caído, e, sobretudo, de Dylan van Baarle e Steven Kruijswijk.

Os dois ciclistas da Visma-Lease a Bike foram transportados para o hospital, e quase seguramente falharão a Volta a França, para a qual estavam ‘convocados’.

O ‘annus horribilis’ da formação neerlandesa, que no ano passado entrou na história do ciclismo ao tornar-se na primeira a ganhar as três grandes Voltas na mesma época, continua: com o bicampeão Jonas Vingegaard e o ‘super’ Wout van Aert ainda em dúvida para o Tour, depois de terem sofrido quedas graves, pode ter perdido agora duas importantes peças para o trabalho de equipa na ‘Grande Boucle’.

No caso de Kruijswijk, terceiro no Tour2019, é a quarta vez que abandona o Critério do Dauphiné por queda desde 2019 e a segunda consecutiva.

Neutralizada a etapa, Evenepoel continua na liderança da geral, com 33 segundos de vantagem sobre Roglic.

“Em geral, estou bem, algum ‘rasgão’ do lado direito e também uma pancada na cabeça. O capacete salvou-me hoje”, declarou o belga da Soudal Quick-Step.

Já o campeão do Giro2023, que na véspera tinha brincado com o facto de ter conseguido manter-se na bicicleta durante toda a etapa, voltou hoje a cair, depois de já ter sofrido uma queda na terceira tirada.

“É uma loucura, outra queda. Por sorte, cheguei à meta, provavelmente outros corredores não. Estou um pouco preocupado porque caí do lado em que tive problemas antes”, admitiu Roglic, que tem o norte-americano Matteo Jorgenson (Visma-Lease a Bike) atrás de si na geral, a 01.04 minutos de Evenepoel.

Na sexta-feira, a sexta etapa vai ligar Hauterives a Le Collet d'Allevard, no total de 174,1 quilómetros.