Emigrantes portugueses em França, lusodescendentes ou adeptos da Volta a França em bicicleta que vieram de Portugal admitiram hoje que as vitórias do português Rui Costa (Movistar) contribuíram para que viessem assistir à derradeira etapa, em Paris.
«A vitória do Rui Costa nas duas etapas deu-me mais vontade de o vir apoiar hoje», disse à Lusa o lusodescendente Mathias Isidoro, com a bandeira de Portugal às costas.
Assiste sempre ao Tour pela televisão, quer esteja em Portugal de férias ou ainda em França, mas este ano, dadas as vitórias do corredor natural de Aguçadoura, do concelho de Póvoa de Varzim, decidiu vir aos Campos Elísios.
Já Alexandre Portugal recebeu como presente da namorada a vinda à final da 100.ª edição da Volta a França.
«Foi uma surpresa e só ontem [sábado] é que soube que vinha assistir ao Tour, porque sou ciclista e era um sonho que eu tinha», afirmou Alexandre.
Quanto ao desempenho dos portugueses nesta edição, Alexandre considerou-as «fantásticas e brilhantes».
«Rui Costa igualou Joaquim Agostinho [com dois triunfos em etapas na mesma edição]. Já tem a experiência e qualidade para ser chefe de fila e de certeza que agora vai ser. Deus queira que alguma equipa pegue nele mais a sério, porque é um ciclista para fazer pódio», acrescentou Alexandre, que vive a 21.ª e última etapa «fascinado como um miúdo».
Filipe Caldas, já nasceu em França e assistiu ao final da Volta à França em 2010 e decidiu voltar este ano «porque o Rui Costa merece». «Penso que merece porque fez um grande Tour e temos de apoiá-lo», acrescentou.
Em relação à última etapa, considera «um espetáculo bonito e com muita gente». «Espero ver muitos portugueses a apoiar os nossos atletas», concluiu Filipe Caldas.
A 21.ª e última etapa da 100.ª edição da Volta a França vai fazer com que os resistentes do pelotão percorram 133,5 quilómetros, entre Versalhes, às portas de Paris, e termina na nos Campos Elísios, na consagração do britânico Chris Froome (Sky) como vencedor da “Grande Boucle”.
Milhares de pessoas de todo Mundo juntaram-se ao longo da tarde na emblemática avenida parisiense e procuram o melhor lugar para assistir à passagem do pelotão.
Há quem traga bancos de casa, quem se amontoe nos bancos da avenida, quem suba aos famosos candeeiros parisienses, adeptos sentados nos parapeitos das janelas da avenida. Vale tudo para que a vista alcance o Tour.
Desfilaram bandeiras de todas as cores, lenços estendidos no chão improvisaram piqueniques, chapéus-de-sol e bonés ajudaram a resistir aos mais de 30 graus que se sentiram esta tarde, em Paris, até à chegada do colorido do pelotão.
Rui Costa conta com três triunfos em etapas na "Grande Boucle", depois de ter juntado duas vitórias este ano ao sucesso em Super-Besse em 2011, igualando o registo de Acácio da Silva e ficando a apenas um de Joaquim Agostinho, vencedor de duas tiradas em 1969, uma em 1973 e outra em 1979.
Sérgio Paulinho e Paulo Ferreira são os outros dois corredores lusos com vitórias em etapas da Volta a França, conquistadas em 2010, em Gap, e em 1984, em Cergy-Pontoise, respetivamente.
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