O recém-campeão nacional de fundo de ciclismo, Rui Costa (Lampre-Merida), quer passar a primeira semana na Volta a França em bicicleta, que começa no sábado, e depois ir avaliando as suas possibilidades.
O melhor ciclista português da atualidade vai participar pela sétima vez no Tour, prova em que o seu melhor resultado é um 18.º lugar, alcançado em 2012.
No ano passado, Rui Costa abandonou prematuramente a corrida devido a uma broncopneumonia e, também por isso, é cauteloso a estabelecer objetivos para esta edição, tendo destacado que o objetivo principal é a classificação geral e não vencer etapas.
"O Tour é inesperado, a qualquer momento pode acontecer alguma coisa, temos de estar atentos. Quero passar a primeira semana da melhor maneira, não perder os postos dianteiros e depois ir avaliando. Não ficar envolvido em alguma coisa menos esperada e contar com o apoio da equipa", disse, durante os Campeonatos Nacionais de estrada realizados em Braga no último fim-de-semana.
O ciclista da Póvoa de Varzim, de 28 anos, considera que não tem de provar se é ciclista para uma prova que dura três semanas, como a Volta à França.
"Acho que não tenho que provar nada. O ano passado era aquele em que estava mais bem preparado fisicamente para o Tour, mas depois tive o problema da broncopneumonia e acabei por abandonar. Foi triste, mas espero que este ano as coisas sejam diferentes e possa demonstrar até onde posso chegar", desejou.
Rejeitou ainda a ideia de que o abandono no ano anterior, no primeiro em que foi chefe de fila, o possa pressionar mais. "Não é pressão nenhuma porque a minha época não tem como objetivo só o Tour. É um objetivo muito importante para a equipa e para mim, mas são situações que acontecem", disse.
O ciclista mostrou-se muito satisfeito por envergar a camisola de campeão nacional de fundo em França, "uma alegria", mas também "uma responsabilidade enorme".
"Sempre quis levar a camisola de campeão nacional ao peito no Tour, é uma alegria e será muito motivante, fico arrepiado só de pensar, mas também uma responsabilidade enorme", notou.
O apoio dos portugueses por terras gaulesas é sentido por Rui Costa, mas o atleta apenas promete dar o seu máximo, não se comprometendo com o sonho de, um dia, vencer a mais importante prova velocipédica do mundo. "Sei que os portugueses são muito ambiciosos, querem sempre mais e gostam de ver um português sempre bem colocado, mas eu nunca sei até onde posso chegar. O que posso prometer é que vou dar o meu máximo e é com essa força que parto para dar o meu melhor", disse.
Até porque, depois de ter sido campeão do mundo em 2013, ter ganhado duas etapas do Tour nesse ano e, por três vezes consecutivas, ter vencido a Volta à Suíça, passou a ser um ciclista "muito marcado" no pelotão, o que faz com que seja "muito mais difícil ganhar" agora.
O terceiro lugar alcançado no recente Dauphiné motivou o atleta, que diz sentir-se bem fisicamente, ainda que tenha lembrado que o Tour "são três semanas, não é apenas uma, não se pode entrar muito forte para não quebrar no final".
Para Rui Costa, a sua equipa, a Lampre-Merida, está num bom momento, mas "não é tão forte" como a Sky, a Astana ou a Tinkoff-Saxo, elegendo Chris Froome, Alberto Contador, Vincenzo Nibali e Nairo Quintana como os principais favoritos.
"Vamos tentar com os corredores que temos fazer o que nos será pedido. Espero que, no seu terreno, eles possam ajudar-me o máximo possível", disse.
Considerou que "a saída da Holanda não é fácil" porque "é um terreno muito plano e com algum vento", e destacou ainda a "etapa derradeira, que este ano será um pouco mais longa, o que também vai complicar um bocado".
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