Não se espere grande protagonismo dos homens velozes – as duas subidas do duríssimo percurso de 166 quilómetros fora de Florença assim o ditam -, estando o título de campeão do Mundo reservado para alguém todo-o-terreno, como é o caso de Rui Costa.

A definição por si só pode embarcar bons finalizadores, como o esloveno Peter Sagan, provavelmente o mais favorito entre os favoritos, homens de clássicas, como Fabian Cancellara, desejoso de redimir-se do quarto lugar do contrarrelógio de quarta-feira, ou corredores de grandes voltas.

Chris Froome, vencedor da Volta a França 2013, já assumiu a candidatura, confirmada por Bradley Wiggins, o anterior detentor da amarela da prova francesa e medalha de bronze na prova de contrarrelógio.

«O Chris é o nosso homem para ganhar, é o nosso líder e todos trabalharemos para ele», prometeu.

Mas Froome não é o único homem de grandes voltas a entrar no lote de candidatos, como refere o ainda dono do "arco-íris", Phillipe Gilbert.

«Não sou o principal favorito e vou tentar aproveitar-me disso ao máximo. Há muitos tipos que podem fazer uma boa corrida, casos do Sagan, Cancellara, Alejandro Valverde, Vincenzo Nibali, Joaquim Rodriguez, Dani Moreno», enumerou o belga.

Desta lista também faz parte o português Rui Costa, que, em 2012, alcançou o melhor resultado de sempre de um português em provas de elite do mundial, ao ser 12.º classificado.

«Não temos uma equipa numerosa, mas tem muita qualidade. Vai ser necessário aproveitar o trabalho das seleções mais numerosas, que já chegarão à fase final com menos elementos e, aí, estaremos praticamente de igual para igual», garantiu o selecionador português.

A estratégia da equipa portuguesa passa, de acordo com José Poeira, por assegurar que Rui Costa, que terá a companhia de Tiago Machado e André Cardoso, chegue entre os dez primeiros, «o mais à frente possível».

O título de campeão do Mundo será atribuído no final dos 272,3 quilómetros entre Lucca e Florença, que incluem as duras subidas de Fiesole, com a extensão de 4,37 quilómetros e uma inclinação média de 5,2 por cento, e de Via Salviati, com apenas 600 metros, mas com rampas que atingem os 16 por cento, numa pendente média de 10,2 por cento.