O ciclista alemão Maximilian Schachmann (Bora-hansgrohe) venceu hoje o Paris-Nice pelo segundo ano consecutivo, beneficiando de duas quedas e um problema mecânico do esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), que liderava até ao ‘colapso’ na oitava e última etapa.

O dinamarquês Magnus Cort (EF Education-Nippo) venceu a etapa, ao cabo de 2:16.58 horas, necessárias para cumprir os 92,7 quilómetros entre Le Plan-Du-Var e Levens, batendo dois franceses sobre a meta: Christophe Laporte (Cofidis), segundo, e Pierre Latour (Total-Direct Energie), terceiro.

O dia ficou marcado por novo azar de Roglic, que até tinha vencido três etapas com autoridade até aqui, em solo francês. Primeiro, uma queda afetou-o e fez abandonar o francês David Gaudu (Groupama-FDJ).

Depois, e segundo a informação disponibilizada pela equipa, nova queda, e problemas mecânicos, segundo a organização da prova, atrasaram o ‘Canibal’, com o pelotão a seguir para a meta.

O distanciamento, natural, acontecia perante um ‘Rogla’ incapaz de baixar os braços, mesmo que tenha percorrido os últimos quilómetros totalmente sozinho, acabando por chegar a mais de três minutos de Schachmann.

A discussão prendeu-se, entretanto, com a forma como o grupo de favoritos aproveitou, ou não, para acelerar após a queda do camisola amarela, uma ‘regra não escrita’ do ciclismo de estrada, e se isso seria ou não uma ‘vingança’.

Certo é que este ‘colapso’ aconteceu um dia depois de Roglic ter vencido a sétima etapa à frente do suíço Gino Mäder (Bahrain), que tinha saído em fuga desde o primeiro quilómetro, com muitas pessoas a ‘pedirem’ que o esloveno cedesse a vitória em etapa ao fugitivo.

Questionado pelos jornalistas, Schachmann lembrou que ele próprio teve problemas com a bicicleta e também teve de perseguir para reentrar no grupo, no início da etapa, além de que a equipa queria vencer a etapa.

“Não sei se posso estar feliz. Não sei... Não é agradável ganhar assim”, admitiu.

O alemão revalida o título noutra temporada afetada pela pandemia de covid-19, uma vez que no ano transato várias equipas falharam a prova e, desta feita, as duas últimas etapas foram refeitas para evitar entrar em municípios dos Alpes Marítimos, em confinamento localizado.

O russo Aleksandr Vlasov (Astana) ficou em segundo, a 19 segundos, seguido do companheiro de equipa espanhol Gorka Izagirre, terceiro a 23. Roglic acabou em 15.º.

Os dois portugueses da UAE Emirates chegaram juntos à meta: Rui Costa foi 82.º e Rui Oliveira 83.º, com o primeiro a acabar no 55.º posto da geral e o segundo no 95.º.