Jonas Vingegaard está ‘obcecado’ por estar sempre ao lado de Tadej Pogacar, com o camisola amarela a reconhecer que até poderia ter atacado hoje o ciclista esloveno, na 15.ª etapa do Tour, mas preferiu ir na sua roda.

“Estamos permanentemente a vigiar-nos. Da minha parte, só penso em estar ao lado dele, é o meu objetivo”, confessou o campeão em título, que lidera a geral com 10 segundos de vantagem sobre o esloveno da UAE Emirates.

Considerando que hoje houve “um empate”, uma vez que “nenhum conseguiu ganhar tempo ao outro” – chegaram ambos a 06.04 minutos do vencedor, o neerlandês Wout Poels (Bahrain Victorious) -, Vingegaard admitiu que “estava bem e talvez devesse ter atacado”. “Mas estamos numa espécie de jogo de póquer entre ambos e, quando o Adam Yates saltou, pensei que não tinha sentido atacar”, justificou o sempre cerebral dinamarquês de 26 anos.

“Foi uma bela jornada, mas dura, com aquela queda com três dos meus colegas. Espero que eles e todos os outros que caíram recuperem bem”, disse, referindo-se à queda provocada por um espetador, quando estavam decorridos cerca de 50 dos 179 quilómetros da ligação entre Les Gets e Saint-Gervais Mont-Blanc, e que ‘apanhou’ o seu companheiro norte-americano Sepp Kuss, sexto da geral.

O camisola amarela perspetivou ainda como será o seu dia de descanso, revelando que vai, sobretudo, descansar e estar acompanhado pela família – “estou impaciente para passar tempo com eles” -, mas que irá reconhecer o percurso do contrarrelógio da 16.ª etapa.

“Já o vi em maio, mas vou lá regressar amanhã [segunda-feira] e, seguramente, na terça de manhã. É muito curto, mas gosto bastante de ‘cronos’ curtos como este. É difícil encontrar o ritmo, mas gosto quando há muitas mudanças de ritmo”, notou sobre o exercício individual de apenas 22,4 quilómetros entre Passy e Combloux, que inclui uma contagem de segunda categoria.

Segundo na geral, Pogacar assumiu que esperava ter mais desvantagem para Vingegaard na véspera do segundo dia de descanso do Tour e defendeu que hoje o dinamarquês estava muito forte.

“Esperava ter de recuperar mais tempo. Nestas circunstâncias, contra um rival como o Jonas, estou contente por ter um atraso de apenas 10 segundos, assim posso ser mais agressivo e atacar mais”, argumentou.

O bicampeão do Tour (2020 e 2021) acredita que as diferenças entre os dois serão maiores após o dia de descanso, devido ao contrarrelógio e à última jornada alpina, agendada para quarta-feira, e que conta com a subida ao Col de la Loze, “um dos mais difíceis do mundo”.

‘Pogi’, de 24 anos, também vai ‘revisitar’ na segunda-feira o percurso do ‘crono’, mostrando-se igualmente convicto de que este lhe assenta bem.

A 110.ª Volta a França, que arrancou em 01 de julho, em Bilbau (Espanha), e termina em 23 de julho, em Paris.