Mads Pedersen (Trek-Segafredo), que já tinha vencido a 13.ª tirada, cumpriu os 189,4 quilómetros entre Sanlúcar de Barrameda e Tomares em 4:45.29 horas, batendo sobre a meta o alemão Pascal Ackermann (UAE Emirates), segundo, e o neerlandês Danny van Poppel (BORA-hansgrohe), terceiro, numa jornada em que o sucesso do dinamarquês da Trek-Segafredo foi ofuscado pelos azares dos dois primeiros da geral.

Evenepoel sofreu um furo dentro dos últimos três quilómetros e viu o colégio de comissários atribuir-lhe o mesmo tempo do pelotão, que chegou a oito segundos do vencedor e também de Roglic, que, por ter caído nos últimos metros da tirada, ‘beneficiou’ também da regra relativa aos incidentes nos derradeiros 3.000 metros de uma etapa plana.

Na geral, o belga tem 1.26 minutos de vantagem sobre ‘Rogla’, com Enric Mas (Movistar) a ser terceiro, a 2.01.

Apesar de ter sofrido novo ‘azar’ numa época cheia deles, o esloveno, que venceu as últimas três edições e procura um inédito quarto triunfo seguido, ainda ganhou oito segundos ao camisola vermelha, depois de ter iniciado a movimentação na aproximação a Tomares, a 2,7 quilómetros da meta, quando os dois fugitivos, Luis Angel Maté (Euskaltel Euskadi) e Ander Okamika (Burgos-BH) já tinham sido alcançados.

O ataque apanhou de surpresa todo o pelotão, que teve dificuldade em seguir os homens da frente, e foi nessa altura que Evenepoel teve um furo na roda traseira, ainda assim um ‘susto’ para o jovem líder da Vuelta.

“Não estava na melhor posição quando furei. [...] Ainda bem que existe esta regra dos três quilómetros”, comentou o belga, que admitiu que já tinha reconhecido aquela zona do percurso e notado o risco, hoje confirmado, de um azar mecânico.

Sobre a queda de Roglic, seu adversário pela vitória final, mostrou-se gracioso - “é mais uma pena que tenha caído, nunca se quer que ninguém caia” -, sobretudo por ser um adversário “tão explosivo, com um final de etapa feito para ele”.

A liderar o pelotão na aproximação à meta, ‘Rogla’ parecia destinado a somar a sua segunda vitória em etapas nesta edição quando sofreu uma queda dura, cujas mazelas eram bem visíveis no corpo após o final, ainda que sem fraturas ou qualquer lesão grave.

O ‘bis’ acabou por ir para Pedersen, o ‘anunciado’ líder da classificação por pontos, tal é a vantagem que tem sobre todos os outros, assim ‘vingando’ dois segundos lugares seguidos ao ‘sprint’, nas duas etapas em linha disputadas nos Países Baixos.

“Toda a gente trabalhou no duro, e eu prometi ao Alex Kirsch que vencia hoje. Foi pai ontem [segunda-feira] e não esteve lá para o parto, por isso toda a equipa trabalhou para lhe dar este segundo presente. Esta vitória é para ele, a esposa e o filhote”, contou Pedersen.

O dinamarquês elogiou “o ataque muito inteligente de Roglic, com toda a gente no limite” e apenas Ackermann na sua roda, o que o obrigou a usar “muita energia para fechar o espaço”.

“Não ouvi a queda. Queria estar com ele, vi que tinha as roupas estragadas. É uma pena que tenha caído, não tem tido sorte nenhuma este ano. Espero que não seja assim tão mau e possa continuar a lutar pela vitória na Vuelta”, comentou.

João Almeida (UAE Emirates) protegeu-se na chegada e foi 27.º classificado, a oito segundos do vencedor, seguindo a sete minutos do líder da geral.

Nelson Oliveira (Movistar), que também trocou de bicicleta, é 33.º na geral, em que Ivo Oliveira (UAE Emirates) subiu duas posições, para 137.º.

Na quarta-feira, a 17.ª de 21 etapas liga Aracena ao Mosteiro de Tentudía em 162,3 quilómetros, culminando numa contagem de montanha de segunda categoria.