Roglic não ganhou a sexta etapa, finalizada na subida de La Cullera, por muito pouco, já que à sua frente entrou o dinamarquês Magnus Cort Nielsen (EF Education-Nippo), que andou em fuga metade dos 158,3 quilómetros da tirada.

O dinamarquês resistiu estoicamente, último sobrevivente de uma fuga a cinco, e segurou o avanço na meta por poucos metros, para a sua quarta vitória de etapas na Vuelta, a primeira sem ser ao 'sprint'.

A subida para La Cullera era curta, mas intensa, e desde cedo se percebeu que ia haver novo camisola vermelha - o francês Kenny Elissonde (Trek-Segafredo), que liderava, já vinha a demonstrar dificuldade em seguir com o primeiro grupo e, assim que as rampas se tornaram mais acentuadas, ficou totalmente fora da discussão.

O australiano Michael Matthews (Team BikeExchange) e o colombiano Miguel Angel Lopez (Movistar) fizeram bons ataques na parte final da subida, mas Roglic foi explosivo no arranque a 300 metros do final, para ganhar alguns segundos à concorrência e, sobretudo, somar bonifição.

Elissonde perdeu quatro minutos e meio e fica desde já fora das contas para a geral individual.

Perto de Roglic entraram os outros candidatos credíveis - o espanhol Enric Mas (Movistar) a quatro segundos, Mathews a seis, o colombiano Egan Bernal (Ineos) a oito. Adam Yates, Mikel Landa e Richard Carapaz perderam um pouco mais de tempo, mas não mais de meio minuto.

Parece evidente que Roglic, depois da brilhante prestação nos Jogos Olímpicos (campeão no contrarrelógio), está em forma e determinado em fazer o 'triplete', após os sucessos de 2019 e do ano passado.

Na geral, Roglic segura a liderança com 25 segundos de avanço sobre Mas, 36 sobre Lopez e 41 sobre o espanhol Alejandro Valverde, todos da Movistar, que assim comprova ter reais alternativas ao chefe de fila, que é Mas.

Além do trio da Movistar, Roglic tem que se preocupar com mais uma série de candidatos, todos com menos de dois minutos e meio de atraso: o britânico Adam Yates é 11.º, a 1.22, o colombiano Egan Bernal quinto, a 41 segundos, o espanhol Mikel Landa (Bahrain-Victorious) nono, a 1.12, e o equatoriano Richard Carapaz (Ineos) 18.º, a 2.18.

Os dois portugueses que competem nesta Vuelta rapidamente perderam o contacto com o grupo da frente, assim que o terreno ficou mais inclinado.

Nelson Oliveira (Movistar) entrou em 90.º, a 6.25, e Rui Oliveira (UAE-Team Emirates) em 134.º, a 9.35.

Na geral, Nelson Oliveira sobe sete lugares, para 97.º, a 20.53, e Rui Oliveira desce 19, para 109º, a 22.21.

Na quinta-feira, corre-se a sétima etapa, numa ligação de 152 quilómetros entre Gandia e Balcón de Alicante, com a meta a coincidir com uma contagem de primeira categoria. Antes, os ciclistas terão de superar a subida de La Llacuna, também de primeira, e mais duas escaladas de segunda e outras tantas de terceira, o que torna a etapa francamente difícil.