O selecionador português de futsal rejeita qualquer favoritismo à conquista do Campeonato do Mundo e aponta "baterias" à preparação da competição, de forma a corrigir as "incompetências" que têm travado o sucesso da equipa das “quinas”.

Em entrevista à agência Lusa, Jorge Braz falou sobre os objetivos próximos da seleção lusa, que esta quarta-feira começa a preparar a participação no Mundial2012, que se realiza na Tailândia, entre 01 e 18 de novembro.

Apesar de confiar no potencial dos seus jogadores, o selecionador quer conquistar o apuramento para os oitavos de final, pensando «passo a passo», mas, para já, a prioridade passa por «fazer um estágio de grande qualidade.»

«Para já, em termos competitivos, [o objetivo] é passar o grupo. Esse é o nosso objetivo. Queremos fazer um estágio de grande qualidade, para conseguir que este grupo de jogadores de grande potencial se transforme numa equipa. Se conseguirmos exibir o potencial que eles têm de forma coletiva, vamos ser fortíssimos. Se não conseguirmos, vamos ter dificuldades», começou por dizer à Lusa.

No entanto, para que a qualificação para os oitavos de final seja uma realidade, Jorge Braz alerta para a necessidade de se retificarem erros e «alguma incompetência», já que o potencial dos atletas por si só «não chega.»

«Não podemos andar continuamente a falhar e depois dizermos que temos qualidade e potencial. O potencial não chega. Nesta fase, temos de eliminar esses pequenos detalhes de incompetência que ainda vamos revelando e ter consciência deles. O grupo vai ser extremamente difícil, por isso é que o nosso foco é passar o grupo», referiu.

Portugal ficou inserido no Grupo C, juntamente com o tetracampeão mundial Brasil, uma seleção que «dispensa apresentações», com o campeão asiático Japão, que tem evoluído «de forma muito positiva», e com a Líbia, «uma das equipas mais fortes de África.»

Apesar de admitir que Portugal não é favorito à conquista do título mundial, Jorge Braz adianta que equipa técnica e jogadores têm «clara consciência» de que podem apurar-se para a fase seguinte, mas reforça a ideia de que ainda é preciso «melhorar bastante», para poder conquistar uma grande competição.

«Há etapas anteriores muito mais importantes, em que temos de melhorar bastante, porque ultimamente não temos conseguido e isso deve-se a incompetência nossa. Temos estado nas grandes competições, mas temos de estar focados no que tem falhado, em vez de pensarmos se vamos ser campeões disto ou daquilo», alertou.

Dessa forma, o técnico luso reconhece que a seleção nacional ainda não faz parte do lote de potências mundiais no futsal, apesar dos valores individuais que a compõem.

«Sinto que Portugal tem muito potencial, mas nem sempre o conseguimos exibir nos momentos certos. Já conseguimos estar numa final de um Europeu, já conseguimos ser campeões da Europa em clubes. Temos muita qualidade, mas ainda não somos uma grande potência. As grandes potências ganham coisas e nós, para já, apenas andámos lá perto», concluiu.

Portugal inicia esta quarta-feira um estágio de oito dias em Rio Maior, tendo agendados dois encontros de preparação frente à Geórgia, nos dias 24 e 25 de outubro, antes da partida para a Tailândia, marcada para 26.