O selecionador nacional feminino de futsal disse hoje que Portugal tem de entrar com “foco e concentração” para vencer a Bielorrússia, na abertura da qualificação para o europeu, e admitiu que a Itália é teoricamente o mais difícil.
O pavilhão multiusos de Fafe acolhe o grupo 3 da fase de apuramento entre quinta-feira a domingo, com a seleção lusa a estrear-se diante de uma seleção que, segundo Luís Conceição é, em princípio, “inferior, vai defender muito baixinho, dar a iniciativa do jogo e esperar uma transição ou uma bola parada para tentar o golo”, circunstâncias que vão exigir “paciência” às jogadoras que orienta.
“Não temos pressa em fazer golos, porque vamos ter muitas oportunidades. Se entrarmos bem e formos finalizando, vamos estar mais confortáveis no jogo. É a seleção menos cotada. Se mostrarmos a nossa qualidade, vamos resolver o jogo com algum à vontade. Isso depende do foco e da concentração com que entrarmos”, afirmou, após um dos treinos de preparação para um confronto inédito, marcado para as 20:00 de quinta-feira.
A equipa das ‘quinas’ defronta, na sexta-feira, a partir das 21:00, a Eslovénia, formação que goleou nos três confrontos realizados, em 2018 e em 2021, mas que tem “crescido” e pode criar “dificuldades”, antes de encerrar o grupo frente à Itália, no domingo, também às 21:00.
“A Itália ainda não é cabeça de série, mas é uma das melhores seleções da Europa e vai-nos criar imensas dificuldades no domingo. Temos de saber lidar com essas coisas. Sabemos em que nível estamos e a exigência com que trabalhamos. As atletas estão preparadas”, realçou o selecionador.
A seleção portuguesa encontra-se em Fafe, depois da passagem por Rio Maior na semana anterior, para um estágio com sete treinos em quatro dias, ritmo a que as atletas “não estão habituadas, mesmo nos clubes”, e dois jogos particulares com a bicampeã europeia Espanha, na sexta-feira e no sábado, que se saldaram por derrotas (ambas por 2-0).
“Sentimos que a Espanha era o adversário ideal para nos prepararmos para esta competição. A Espanha cria-nos dificuldades que outras seleções não conseguem. Mas retiramos sempre coisas positivas. Não conseguimos fazer golos. Ficam alguns indicadores do que temos de melhorar”, descreve.
Finalista vencido dos europeus de 2019 e de 2022, Portugal tem realizado um “trajeto” de crescimento, mas falta-lhe ainda poder de finalização para superar a congénere espanhola.
“Há momentos do jogo em que temos de ser mais eficazes. Mesmo nestes dois jogos, elas não foram assim tão superiores a nós, mas finalizaram. Nós não finalizámos. Temos de criar muitas oportunidades para finalizar. E depois há sempre aqueles momentos do jogo em que há um descuido. Se lhes oferecermos alguma coisa, elas aproveitam as oportunidades que lhes damos”, detalhou.
Para Luís Conceição, a evolução do futsal luso na vertente feminina passa por “mais estágios”, “mais treinos” nas seleções e nos clubes, e “mais jogos competitivos” nos respetivos campeonatos, com “resultados menos desnivelados ao longo da época”.
“Isso vai ajudá-las. Se tiverem mais fins de semana com jogos de maior exigência, com resultados mais incertos, elas vão crescer. Mas esse caminho leva algum tempo”, perspetiva.
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