A candidatura portuguesa à organização da Ryder Cup de 2018 em golfe admite que o pedido de ajuda externa de Portugal pode ter influência na decisão da próxima semana, mas mantém-se confiante nas virtudes da proposta.

«É normal que a situação que o país vive neste momento possa, numa altura de decisão, ter alguma influência, mas acreditamos que temos um proposta muitíssimo forte, muitíssimo atractiva e que a situação que vivemos em 2011 será alterada em 2018», disse o secretário-geral da Federação Portuguesa de Golfe (FPG), Miguel Franco de Sousa.

O European Tour anuncia na terça-feira (17de Maio), em Londres, o vencedor de entre os candidatos a acolher a competição - à qual concorrem também Alemanha, Espanha, França e Holanda - e o dirigente entende que o projecto luso, alicerçado em torno do futuro campo da Herdade da Comporta, não deve temer um impacto negativo resultante do pedido de apoio financeiro à Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.

«Terá influência, impacto negativo acredito que não. Não há razão para isso. Este projecto da candidatura de Portugal à Ryder Cup 2018 é maioritariamente privado», salientou em declarações à Lusa Miguel Franco de Sousa.

Além disso, reforça, «a única coisa que se pediu, do ponto de vista do apoio do Estado, seria manter o apoio que tem feito nos últimos 15 anos».

Com «expectativas muito optimistas», Miguel Franco de Sousa diz que o projecto português é o «mais competitivo, mais aliciante, mais competitivo e que serve melhor os interesses quer do país que vai acolher a prova quer do próprio European Tour», revelando que o investimento feito «ronda dois milhões de euros», dos quais 370.000 em apoios do Estado.

«Mais nenhum dos outros candidatos apresenta um campo de golfe que está a um quilómetro do oceano Atlântico numa das mais bonitas costas da Europa, que é a do litoral alentejano. (...) É um projecto, do ponto de vista da sustentabilidade, quer ambiental, quer económica, quer social, muito bem acautelado», afirmou.

Como desvantagem, aponta «uma fraca participação da modalidade», com «apenas 15.000 praticantes», em comparação com «países, todos eles, com mais de 300.000 e, no caso da Alemanha, mais de 600.000», estranhando, no entanto, que França seja apontada como principal candidata, porque no seu entender não propõe parcerias ao nível comercial com o European Tour.

«A estratégia que implementámos foi montar uma proposta séria, profissional e competitiva e deixar a decisão livre para ser tomada pelo European Tour. Acredito que tenha havido campanhas de lóbi muitíssimo fortes», frisou.

As candidaturas são analisadas por uma comissão de avaliação composta por quatro elementos, cabendo a decisão final ao presidente executivo do Circuito Europeu, George O'Grady.

Disputada de dois em dois anos, alternadamente entre os Estados Unidos e Europa e opondo uma selecção de cada lado, a Ryder Cup é considerado um dos maiores eventos desportivos mundiais, depois dos Jogos Olímpicos e do Campeonato do Mundo de futebol.

Um estudo da consultora Deloitte estima que a atribuição da organização a Portugal teria um impacto na economia nacional de 550 milhões de euros, dos quais 220 milhões provenientes de receitas do turismo, calculando-se que a Ryder Cup atraia 300.000 turistas durante os seis dias de competição.