O Comité Europeu de Hóquei em Patins (CERH), presidido pelo português Fernando Graça, considerou hoje “extremamente graves” os incidentes com Massimo Tataranni, hoquista italiano detido no final do Europeu da modalidade.

Tataranni foi detido no sábado, depois do jogo entre Espanha e Portugal, que consagrou a seleção transalpina campeã europeia de hóquei em patins, alegadamente por se envolver em distúrbios e não esteve presente na cerimónia de entrega de prémios.

O atleta terá sido mesmo agredido por seguranças que se encontravam no pavilhão, em Alcobendas, Espanha, tendo sido detido mais tarde pela polícia local.

Hoje, o presidente do CERH, Fernando Graça, considerou em comunicado que o que se passou foi grave e disse esperar que situações semelhantes não voltem a acontecer.

“Ganhar e perder são duas realidades que estão presentes em qualquer competição desportiva. Neste caso concreto, alguns dos membros do CERH foram testemunhas dos factos que determinaram os incidentes iniciais, os quais, a nosso ver, não podem deixar de merecer o nosso repúdio e indignação”, disse.

Fernando Graça admitiu que Tataranni poderia ter usado o bom senso, evitando comemorar junto do público espanhol e português, a manifestação legítima do seu contentamento, mas a verdade é que o fez de “sempre de forma totalmente pacífica”.

Segundo o CERH, o jogador, juntamente com um colega que se retirou do local, dirigiu-se à equipa que se encontrava em outra zona próxima, entoando cânticos e gritos em que apenas “se destacavam os gritos de “italia campioni”.

O organismo europeu imputa ainda responsabilidade a dois espetadores presentes no local, que criaram a confusão e terão tido “uma atuação violenta e despropositada” e que desconhece se existirem antecedentes provocatórios.

O CERH diz que solicitou esclarecimentos face à ausência de Tataranni na cerimónia e que soube então que os dois espetadores seriam elementos das forças policiais, vestidos à civil, e que estavam a exercer funções de segurança.

“Sem por em causa a existência de factos que eventualmente não nos foram transmitidos, uma coisa é certa: a intervenção inicial dos dois elementos em causa não foi a mais adequada à situação específica que queriam resolver”, salienta o CERH.