O Comité Olímpico Internacional (COI) confirmou, esta quarta-feira, a presença do breakdance nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, entre os quatro desportos adicionais e anunciou o lançamento de uma reflexão sobre o processo de candidaturas para os Jogos Olímpicos.

"Tenho que admitir que admiro os movimentos" do breakdance, disse Thomas Bach, presidente do COI, seduzido por essa disciplina durante os Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires, em outubro passado.

Era esperado que o comité-executivo do COI aprovasse a lista dos quatro desportos adicionais propostos pelo comité de organização dos Jogos de Paris-2024 e que, além dessa dança urbana que surgiu nos anos 80, inclui a escalada, o skateboard e o surf.

O breakdance permite "uma expressão muito autêntica, sentimos a performance, a personalidade dos atletas", acrescentou Bach.

Essa lista de quatro modalidades, que se juntam aos 28 desportos de verão que tradicionalmente fazem parte da programação, será, a partir de agora, submetida à aprovação em reunião do COI em junho, e uma validação final será feita após a reunião dos dirigentes da organização em dezembro de 2020.

O COI tem ainda, teoricamente, a opção de retirar uma dessas quatro modalidades, levando em consideração as suas performances nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 onde estarão presentes pela primeira vez na história a escalada, o skateboard e o surf. O breakdance também será submetido a um programa de acompanhamento. Mas nenhum desporto poderá substituí-lo.

COI pede reforma no processo das candidaturas

Perante a diminuição do número de candidaturas para os Jogos Olímpicos de inverno, o COI também anunciou esta quarta-feira a criação de um grupo de trabalho encarregue de pensar em possíveis reformas do processo.

"Decidimos implementar um grupo de trabalho composto por cinco pessoas representando os cinco continentes e presidido pelo australiano John Coates. "Os tempos continuam a mudar, nós queremos acompanhar essas mudanças", explicou Bach.

Enquanto as candidaturas ou manifestações de interesse são várias para os Jogos de verão de 2032 - com a Indonésia e uma candidatura comum das duas Coreias, várias cidades candidatas retiraram-se da corrida aos Jogos de inverno de 2026, entre elas Sion (Suíça) e Calgary (Canadá), devido à falta de apoio popular.

Apenas Estocolmo e Milão/Cortina d'Ampezzo continuam na disputa para a escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 2026, que será anunciada em junho pelo COI.

Esse grupo de trabalho inclui quatro outros membros do COI: a chinesa Lingwei Li, Lydia Nsekera do Burundi, a eslovaca Danka Bartekova, representando os atletas e o argentino Gerardo Werthein.

Falta um substituto para Takeda

Bach também voltou a falar sobre a demissão do COI de Tsunekazu Takeda, o presidente do Comité Olímpico Japonês, acusado de corrupção ativa pela justiça francesa.

O presidente do COI garantiu que a demissão do homem-chave dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, aceite na terça-feira pelo COI, não foi resultado de pressões do COI mas uma "decisão pessoal".

Thomas Bach deu a entender que um sucessor de Takeda poderia entrar rapidamente no COI. O Japão tem apenas um membro na organização, Morinari Watanabe, presidente da Federação Internacional de Ginástica.

Bach deu uma conferência de imprensa antes mesmo do fim da reunião da comissão executiva do COI que vai terminar esta quinta-feira com a avaliação de um relatório de acompanhamento da situação da Federação internacional de boxe, com a qual o COI esfriou as suas relações devido a preocupações ligadas a sua administração.

"Eu não posso especular sobre o conteúdo desse relatório mas eu posso lembrar que faremos o máximo para defender o interesse dos atletas do boxe", declarou Bach. Se a situação da AIBA não evoluir, o COI poderá organizar o torneio olímpico de boxe em Tóquio assim como torneios a eliminar que devem começar em setembro.