Melhorar os resultados de Tóquio2020 em Paris2024, construir a Casa do olimpismo e garantir um português no Comité Olímpico Internacional são os objetivos de José Manuel Constantino para o novo mandato à frente do Comité Olímpico de Portugal.
Em entrevista à agência Lusa, o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) e único candidato às eleições daquele organismo, marcadas para 10 de março, traçou as “três linhas de orientação” para o seu terceiro e último mandato.
“Uma primeira tem a ver com o objetivo de não ter resultados, nos Jogos de Paris, abaixo daquilo que tivemos nos Jogos de Tóquio. Uma segunda [é] construir o Museu Olímpico/Casa do olimpismo, aqui ao lado do COP. Temos os projetos aprovados, estamos agora a discutir o modelo de financiamento. E, ao mesmo tempo, há outro objetivo que não escondo que é trabalhar no sentido de poder garantir a presença de um português no COI”, enumerou.
Se melhorar Tóquio2020 em Paris2024 é uma bandeira que José Manuel Constantino não esconde desde o primeiro balanço dos mais bem-sucedidos Jogos Olímpicos da missão portuguesa, a construção da Museu Olímpico é um novo desafio, com o atual presidente do COP a revelar que o organismo tem “três anos para fazer a obra”.
“Eu gostaria de a deixar feita, mas se não for possível, pelo menos iniciá-la”, completou.
Já sobre a presença de um português no Comité Olímpico Internacional (COI), o dirigente, de 71 anos, mantém a reserva, escusando-se a avançar um nome, mas ‘traçando’ um retrato.
“Terá de ser alguém que seja conhecido nas instâncias internacionais, que tenha tido uma presença significativa nos Jogos Olímpicos e que seja uma figura prestigiada em termos nacionais e internacionais. Não me parece muito sensato estar a relevar quem, isto exigirá um trabalho de bastidores, algum trabalho diplomático”, notou.
Constantino, que foi eleito pela primeira vez em 2013 e depois reeleito em 2017, aqui já sem oposição, prepara-se para um terceiro mandato à frente do movimento olímpico português, e assume que gostaria de deixar o COP “com estes três objetivos concretizados.”.
A ajudá-lo nessa missão, terá um elenco “renovado” em “cerca de um terço”, numa lista em que procurou “aumentar a presença de atletas olímpicos e de mulheres”, embora, neste último caso, não tenha conseguido incrementar a representação feminina tanto quanto desejaria.
“Procurei apostar na continuidade, reforçando o coletivo para estes desafios dos próximos três anos”, explicou, notando que ‘reforçou’ as vice-presidências, foi buscar os atletas olímpicos João Rodrigues (vela), Beatriz Gomes (canoagem) e Teresa Gaspar (judo), e “uma mulher, com passado olímpico como treinadora, com experiência desportiva muito significativa e até política, que é a Sameiro” Araújo.
A lista, subscrita por 30 federações olímpicas, de 33 possíveis – as exceções foram o taekwondo, o boxe e o basebol, por terem perdido o estatuto de utilidade pública -, volta a candidatar como ‘vices’ Artur Lopes e Vicente Araújo, promovendo a entrada de João Paulo Villas-Boas, Sameiro Araújo e Ulisses Pereira, em detrimento dos atuais elementos da comissão executiva Rosa Mota, António Aleixo e Hermínio Loureiro, este último com mandato suspenso.
“Eu fico naturalmente reconhecido [pelo apoio das federações], mas também tenho a perfeita consciência de que isso aumenta o grau da responsabilidade, porque a expectativa é muito alta. Nestas coisas, não basta fazer-se o que já se fez. Tenho a perfeita consciência de que o COP tem de fazer mais”, admitiu.
Para Constantino, “aquilo que as pessoas vão avaliar não é” a evolução entre onde estava o COP quando assumiu a presidência e onde está agora, mas sim onde o próprio e a sua equipa vão “chegar a partir do sítio” atual.
“E eu tenho passado isso para os colaboradores e funcionários do COP: o grau de exigência não vai ser o mesmo, vai ser superior. E aquilo que nos vão medir vai ser diferente daquilo que mediram ao ponto em que estamos. Os desafios são maiores, oxalá eu esteja em condições de corresponder a essa expectativa”, concluiu.
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