O marchador João Vieira e o canoísta Emanuel Silva avisaram hoje os jovens atletas presentes no encontro de esperanças, em Rio Maior, que têm de “lutar muito” para alcançarem o sonho de participarem nos Jogos Olímpicos.
“Somos um país pequenino, mas tão bons como os outros. Esperam que façam o mesmo porque só sonhando vão conseguir. Nós, portugueses, somos lutadores e todos os dias vamos à luta”, disse João Vieira, durante a quarta edição do Encontro Nacional de Esperanças Olímpicas, que está a decorrer no Centro de Alto Rendimento (CAR) de Rio Maior.
O marchador, que conta no currículo com seis presenças no maior evento do desporto mundial, recordou um percurso que começou aos oito anos, aproveitando o mesmo para incentivar quase uma centena de “esperanças olímpicas” que participam nas iniciativas desenvolvidas pelo Comité Olímpico de Portugal (COP) e pela Comissão de Atletas Olímpicos (CAO), que incluem debates, sessões de trabalho e treino conjuntas.
Aos 47 anos, o experiente atleta assumiu que, para conseguir o feito de seis presenças em Jogos Olímpicos, teve de ter uma vida “regrada”, acrescentando a importância de ter “compromisso com as federações e com o país que representamos”.
A ideia do marchador, que tem como melhor resultado o quinto lugar nos 50 quilómetros em Tóquio2020, foi depois corroborada por Emanuel Silva.
O canoísta, prata em K2 1.000 metros em Londres2012, com Fernando Pimenta, ‘recuou’ ao tempo em que os Jogos Olímpicos eram apenas um sonho para salientar a importância de lutar por objetivos maiores.
“Depois de tanto lutar e treinar, cheguei aos Jogos com 18 anos. Aí, pensei: queria mesmo era conquistar uma medalha olímpica. E consegui”, relembrou Emanuel Silva, após cinco presenças olímpicas.
Entre diversos temas abordados, o canoísta enfatizou a importância de concentrar as atenções na competição: “os meus adversários estão dentro de água e não fora. Deixem as outras questões de parte e façam acontecer”, apelou à plateia, sublinhando que estes são “a imagem do desporto que praticam”.
A iniciativa, de resto, recolheu elogios das dezenas de jovens promessas do desporto nacional.
O tenista Henrique Rocha, de 19 anos, e que recentemente foi selecionado, pela primeira vez, para representar Portugal na Taça Davis, reconheceu à Lusa a importância da iniciativa.
“Passa uma perspetiva diferente de quem, de facto, já esteve lá e viveu esses momentos. Para nós, é muito bom ter alguém que fale e nos esclareça dúvidas. É muito importante e faz diferença para depois conseguirmos alcançar os nossos objetivos”, avaliou, considerando estar “hoje melhor preparado para uma participação em Jogos Olímpicos”.
Meta que, traçou também, espera alcançar “já em 2028”.
Por sua vez, Maria Salgado, surfista de 17 anos, destacou a iniciativa pela “possibilidade de conhecer pessoas novas”, enfatizando a importância que tem por serem “explicadas coisas que são fundamentais saber para construir uma carreira”.
“O melhor conselho que levo é que realmente temos de lutar para conseguir aquilo que queremos. Temos de dar o nosso máximo e fazer aquilo de que gostamos”, disse Maria Salgado, corroborando com Henrique Rocha sobre o objetivo de estar presente nos Jogos Olímpicos Los Angeles2028.
A quarta edição do Encontro Nacional de Esperanças Olímpicas decorre até domingo, em Rio Maior.
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