Bernardo Atilano é o único português na prova de badminton dos Jogos Europeus da Polónia, nos quais espera, sobretudo, amealhar pontos que o ajudem no sonho do apuramento olímpico para Paris2024.

“Como este evento vai ser também o nosso campeonato da Europa, os pontos contam diretamente para o ranking mundial, logo para os Olímpicos. Por isso, vai ser uma prova muito importante”, disse o atleta, à agência Lusa.

Atilano apresenta-se segunda-feira em Tarnów, a uns 85 quilómetros de Cracóvia, como o 83.º do ranking mundial, o seu melhor registo de sempre, o que aumenta a sua “confiança” para o torneio, no qual deseja passar a fase de grupos, “o que daria muitos pontos para o resto da qualificação olímpica”.

Estreia-se ante o suíço Tobias Kuenzi, 144.º do ranking mundial, na terça joga com o estónio Karl Kert, 305.º, e na quarta ante o francês Toma Júnior Popov, 27.º e o terceiro cabeça de série.

“O francês é muito difícil, mas vou dar o meu melhor. O meu grande objetivo é ganhar aos outros dois”, especifica, o que lhe permitiria atingir os oitavos de final.

Em Minsk2019, Atilano foi 17.º, posição que melhorará se for um dos dois primeiros do grupo e assim marca presença nos oitavos de final.

Não agrada ao português o facto de precisar de quase uma hora e meia de viagem para cada lado para os jogos em Tarnów, onde num dos dias é o primeiro a competir de manhã, facto que o obriga a “ir quase de madrugada”, contudo recorda que todos estão em iguais circunstâncias.

Ganhou o “gosto” por provas multidesportivas em Minsk2019 quando disputar uns Jogos Olímpicos se tornou no grande objetivo da carreira, entretanto falhado, mas que agora tentará novamente: diz que são fundamentais, mas não tudo na sua vida.

“O facto de não ter conseguido a qualificação para Tóquio2020 fez-me um competidor mais maduro e consciente das coisas. Até em Minsk2019 estava com a sensação de que o apuramento olímpico me iria definir como atleta. Hoje percebo quem sou e já fiz muito mais do isso. Estou muito mais maduro, experiente em abordar certos momentos”, congratulou-se.

Revela que já realizou “vários sonhos” e que outros há para alcançar: “Vou dar o meu melhor pela segunda vez para tentar ir aos Jogos. Até 01 de maio vou tentar ao máximo. Se conseguir, será a realização de um sonho e de qualquer atleta. Se não, é refletir no que aconteceu e partir para novos objetivos”.

O atleta teve uma lesão em março que o afastou dos treinos durante cinco semanas, perdendo “o ritmo e confiança dentro do court”, algo agravado com a partida do seu técnico.

“Estou a voltar aos poucos e poucos. Infelizmente o meu treinador também se foi embora e tive de ajustar as minhas rotinas de treino, indo muitas mais vezes às Caldas da Rainha treinar com os selecionadores nacionais no Centro de Alto Rendimento. Estou a apanhar a carruagem, mas confiante de que consigo fazer bons jogos”, completou.

Portugal soma até ao momento oito pódios em Cracóvia2023, nomeadamente três ouros, três pratas e dois bronzes.

A terceira edição dos Jogos Europeus decorre até 02 de julho em Cracóvia e na região polaca de Malopolska, com 30 modalidades no programa e 48 países participantes, entre eles Portugal, que possui uma delegação com mais de duas centenas de atletas.