Portugal faz-se representar no padel dos Jogos Europeus Cracóvia2023, a partir de quarta-feira, por duas duplas masculinas, duas femininas e outras mistas que ambicionam medalhas, num evento que representa um “passo gigante” na evolução da modalidade.

O padel está inserido num dos principais eventos multidesportivos do ano na Europa, ao lado de dezenas de disciplinas olímpicas e outras ausentes do programa para Paris2024, como o muaythai ou o teqball.

Miguel Oliveira, que faz dupla com Afonso Fazendeiro no quadro masculino, não esconde, à Lusa, o “muito orgulho” de poder representar a modalidade na estreia do programa dos Jogos Europeus.

“O orgulho é enorme, a responsabilidade também é imensa. (..-) Conquistar uma medalha é um objetivo realista, mas vai depender do sorteio e da nossa capacidade. O padel cresce e tem cada vez melhores duplas”, admite, já de pés assentes na segunda maior cidade da Polónia.

O torneio vai decorrer na famosa praça principal de Cracóvia e a luta por medalhas, no masculino, será dominada pelas duplas espanholas, sempre as favoritas, e por “dois ou três países com duplas no ranking e que são cabeças de série”, ao contrário das portuguesas.

Além de Oliveira e Fazendeiro, os irmãos Miguel Deus e Nuno Deus representam as cores nacionais, enquanto campeões de Portugal, e Miguel explica à Lusa que o país tem “muita qualidade no padel”, uma modalidade de grande aceitação social e recreativa mas ainda a evoluir no plano competitivo.

“Em Portugal, este desporto está muito desenvolvido e cresce dia após dia, a nível social, mas a nível profissional e internacional ainda tem de dar muitos passos. Se tivermos capacidade de trazer medalhas para Portugal, poderia ser um estímulo para que os jovens jogadores possam querer fazer disso a sua profissão no futuro”, assume Miguel Oliveira.

No quadro feminino, Catarina Vilela junta-se a Kátia Rodrigues, a mais experiente lusa nos convocados da modalidade, com 41 anos, e Catarina Santos competirá ao lado de Margarida Fernandes, encarregada por um companheiro bem humorado de “falar bem”.

No primeiro dia em Cracóvia, cidade polaca que acolhe uma missão portuguesa de 206 atletas de mais de duas dezenas de modalidades, em muitos casos atletas habituados a estes patamares, a jogadora espera um “nível alto” em que, sem surpresas, “a Espanha é a favorita”, seguida da Itália.

“Temos duas duplas competitivas e queremos chegar o mais longe possível. É possível colocar uma equipa no pódio”, assume, ambiciosa.

‘Maggie’, como é tratada na comitiva, vê nesta inclusão no evento continental “um passo gigante para o padel”, por trazer “cobertura mediática e por se estar ao lado de grandes atletas”.

Esta presença pode trazer “mais apoios no circuito nacional e nas seleções”, de forma transversal, de clubes a instituições e chegando aos próprios atletas, que possam ter “mais condições”.

A necessidade de apoio, afirma, “é bastante”, e mesmo com algum financiamento assegurado pela federação, era preciso haver fundos para se poder “apoiar todos os atletas que estão a investir e a tentar ser profissionais”, esperando que a nova visibilidade, num novo contexto, possa ajudar.

Em pares mistos, Miguel Deus junta-se a Catarina Vilela, com o irmão Nuno ao lado de Kátia Rodrigues.

“Na nossa carreira, nunca jogámos pares mistos. Não sei bem o que esperar e o que esperar dos adversários”, admite Miguel Deus, que diz ser “complicado” prever qualquer cenário.