O canoísta Norberto Mourão disse hoje que ser vice-campeão do mundo da classe adaptada VL2 com o consequente apuramento para os Jogos Paralímpicos Tóquio2020 é um “sonho” que culmina “anos de trabalho”.
“É um sonho. O objetivo era integrar a final e conseguir uma das seis vagas para os Jogos. Conseguir e com direito a ‘carica’ é espantoso. O segundo lugar é um sonho, o meu melhor resultado de sempre”, congratulou-se.
Em declarações à agência Lusa, o atleta, que completa 39 anos em outubro e que fez história ao estrear a paracanoagem portuguesa nos Jogos Paralímpicos, considera que este resultado lhe permite “continuar a acreditar e a evoluir” até à competição no Japão, à qual chegará com igual ambição.
“Lutei por este sonho. A minha vida é só treinar, pois abdiquei de querer um emprego para ter este objetivo. Tentei o caiaque para o Rio2016, mas era muito difícil. Mudei para a canoa, com quotas mais justas, e têm sido quatro anos muito árduos, mas finalmente veio este excelente resultado internacional e a vaga para Tóquio. É um sonho”, insistiu.
Noberto Mourão esteve sempre na cabeça da prova, que dividiu com o brasileiro Luís Silva, campeão paralímpico, que o venceu por 1,14 segundos, com direito a abraço no final.
“Damo-nos muito bem com a seleção do Brasil. Quando cheguei à Hungria tive problemas com a pagaia e foi um brasileiro que me emprestou uma. Somos uma família, estamos todos unidos. Adversários na água, mas amigos cá fora, pelo que no fim o decidi abraçar. É normal”, frisou.
O atleta deseja que este resultado permita à paracanoagem seguir os caminhos de êxito internacional da canoagem – “espero que comecem a olhar também para nós, pois estamos todos para o mesmo e merecemos o reconhecimento” – e inspire mais jovens com problemas a apostar no desporto.
“Mais do que um desporto, a canoagem faz com que tenha uma saúde melhor, a todos os níveis. Desporto não é só alta competição, pois ajuda em tudo na minha vida. Há que aproveitar tudo o que desporto nos traz de bom”, vincou.
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