O presidente do Comité Paralímpico de Portugal (CPP) defendeu, na tomada de posse para novo mandato, a “urgência de repensar o modelo de desenvolvimento do desporto para pessoas com deficiência” e a aposta na captação de talentos.
José Lourenço destacou o “longo caminho que já foi percorrido no reconhecimento das várias dimensões do desporto adaptado”, mas considerou que “é urgente repensar o modelo de desenvolvimento do desporto para pessoas com deficiência”
O presidente do CPP, que hoje tomou posse para o mandato que terminará em 2025, lembrou que, “em 2014, o desporto para pessoas com deficiência passou para a alçada das federações, mas sem obedecer a um estudo ou plano de ação”.
José Lourenço considerou essencial que o seu segundo mandato fique marcado pelo “apoio ao desenvolvimento do desporto e ao projeto esperanças paralímpicas”, para tentar contrariar a tendência de descida do número de pessoas com deficiência que praticam desporto.
“A pandemia de covid-19 afastou muitas pessoas com deficiência da prática do desporto”, disse José Lourenço, lembrando que o problema já existia antes.
O presidente do CPP elegeu ainda como prioridades do mandato a aposta no desporto escolar, a alteração da lei do dirigente desportivo, o estabelecimento de parcerias para formações que capacitem os treinadores a trabalhar com atletas com deficiência.
O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, disse que o Governo, que em breve cessa funções, “só pode estar orgulhoso com o caminho que foi feito no desporto paralímpico” e defendeu a “necessidade de continuar a trabalhar em cooperação”.
“Claramente havia uma relação desequilibrada em função do movimento paralímpico, que nós ajudamos a equilibrar”, afirmou João Paulo Rebelo, destacando a “equiparação das bolsas e prémios de mérito desportivo”, conseguidas no ciclo paralímpico Tóquio2020.
Ana Sofia Antunes, secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, também destacou o trabalho de equiparação feito na área do desporto adaptado e manifestou a convicção de que o novo governo, que em breve será anunciado, manterá a aposta na área, nomeadamente ao nível do contrato-programa de preparação para os Jogos Paralímpicos Paris2024.
Eleito para o primeiro mandato em março de 2017, José Lourenço mantém na equipa quatro dos cinco vice-presidentes: Luís Figueiredo, Leila Marques, Filipe Rebelo e Sandro Araújo.
O antigo atleta paralímpico Carlos Lopes deixa a vice-presidência, que desempenhou no mandato anterior, na qual é substituído por Tiago Carvalho, para assumir o cargo de secretário-geral, que era ocupado por Manuel Costa e Oliveira.
A comissão executiva integra ainda Jorge Correia, tesoureiro, Francisco Teófilo e José Pavoeiro, ambos vogais.
Durante o mandato que agora se inicia, o CPP terá de organizar as missões aos Jogos Surdolímpicos, que vão decorrer em maio no Brasil, e aos Jogos Paralímpicos Paris2024.
Criado em 2008, o CPP foi presidido por Humberto Santos, que deixou o cargo em janeiro de 2017 e foi substituído durante três meses por Fausto Pereira, entretanto derrotado por José Lourenço nas eleições de março desse ano.
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